O presidente Jair Bolsonaro declarou que a taxa cobrada para visitar praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha “é um roubo” e que pretende revê-la.
Em vídeo publicado na noite de sábado (13) em redes sociais, o presidente cita o valor dos ingressos para turistas brasileiros (R$ 106) e estrangeiros (R$ 212) visitarem o parque —o bilhete vale por dez dias. Ao fundo, imagens da praia do Sancho, uma das que integram o parque.
“Isso explica porque quase inexiste turismo no Brasil”, disse. No vídeo, um homem diz que a praia fica vazia mesmo quando o limite para visitantes é atingido.
A taxa é cobrada desde 2012. Segundo o ICMBio, braço do Ministério do Meio Ambiente responsável pela conservação de fauna e flora, 70% do valor do ingresso é usado em melhorias diretas do parque nacional (como sinalização e manutenção de trilhas).
“Vamos rever isso”, afirmou o presidente. Bolsonaro também pediu que práticas semelhantes em outros locais fossem denunciadas. Ele já prometera ampliar a visitação turística em unidades de conservação do país.
Visitantes de Noronha pagam ainda uma taxa de preservação ambiental de R$ 73,52 por dia, com teto de 30 dias. Nem isso nem os altos preços das pousadas na ilha, contudo, parecem ter inibido o movimento: o arquipélago registrou novo recorde de visitantes em 2018, tendo recebido 103 mil pessoas —70% acima do que recebia até 2013.
O estudo mais recente da capacidade turística do parque, feito em 2009, põe como limite 89 mil visitantes por ano no arquipélago.
Em fevereiro, o presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Adalberto Eberhard, exonerou o chefe do Parque Nacional Marinho do arquipélago, Felilpe Mendonça.
Ao longo de 2018, Mendonça criticou o aumento vertiginoso no número de turistas em Fernando de Noronha, assim como a concessão de alvarás pelo governo de Pernambuco para a ampliação de pousadas. O governo estadual vem ampliando ano a ano a autorização de voos diários a Noronha.
O arquipélago registrou novo recorde de visitantes no ano passado, chegando a 103 mil pessoas. Até 2013, o número não havia ultrapassado da casa dos 60 mil.
O estudo de capacidade de carga do parque feito em 2009 aponta como limite máximo de turistas no arquipélago de 89 mil por ano. O governo de Pernambuco, contudo, vem ampliando ano a ano a autorização de voos diários a Noronha.
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