Descrição de chapéu Tragédia em Brumadinho

Zema visita Brumadinho, mas não encontra famílias de vítimas da tragédia

Governador esteve sete vezes na cidade depois do rompimento da barragem da Vale

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Brumadinho (MG)

O governador Romeu Zema (Novo) chegou a Brumadinho, de helicóptero, perto das 13h20 desta quinta-feira (25). Depois de um sobrevoo pela área atingida pela lama de rejeitos do rompimento da barragem B1, da Vale, ele se reuniu com autoridades. 

Essa foi a sétima visita de Zema à cidade desde a tragédia que deixou 248 mortos e 22 desaparecidos. Em nenhuma delas o governador encontrou familiares de vítimas. À Folha, alguns parentes relataram que ele fora convidado para o ato desta quinta, mas a assessoria do governo negou. 

Quatro das visitas anteriores de Zema aconteceram entre os dias 25 de janeiro, dia da tragédia, e 2 de fevereiro. Ele acompanhou o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), a chegada de tropas de Israel e o advogado geral da União, André Mendonça.

No dia 17 de abril, o governador visitou o museu de Inhotim e, em 22 de maio, esteve com o comandante dos bombeiros para visitar a operação de buscas. A visita com a AGU foi a única em que esteve com famílias de atingidos do Parque da Cachoeira, zona rural da cidade. 

Zema começou seu pronunciamento manifestando solidariedade às famílias que perderam entes queridos com o rompimento e disse que “o mínimo que o Estado” poderia fazer agora é dar continuidade às buscas pelos desaparecidos. 

O governador também defendeu que o estado de Minas Gerais é “por natureza, por vocação” minerador, e que por isso não poderia abrir mão dessa atividade. Prometeu que ela será “segura e ambientalmente responsável”, e que ele será o último governador a enfrentar uma tragédia como a de Brumadinho. 

“Além de me solidarizar com as famílias das vítimas, nós temos de olhar o futuro. O nosso trabalho nesse momento é, exatamente, nesse sentido. Fazermos de Minas Gerais um estado que concilie essa atividade tão importante para nós”, afirmou. 

Zema aproveitou a ida a Brumadinho para anunciar a continuação de uma obra que iniciou no governo anterior, de Fernando Pimentel (PT): a construção de uma ponte e anel viário que facilite acesso ao museu de Inhotim, desviando o trânsito do centro da cidade. 

A obra, prevista para iniciar na próxima semana, foi orçada em R$ 48,7 milhões e será custeada com uma parte da multa paga pela Vale ao estado pelo rompimento da barragem de rejeitos. O valor total pago foi de R$ 99,5 milhões. 

O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos (PV), diz que a cidade recebeu pouca ajuda até aqui e precisaria de mais apoio. “Se vocês fossem fazer uma avaliação, vocês repórteres, ver onde aconteceu a tragédia, acho que a multa era nossa. Mas ele combinou de dar 50% para nós”, disse a jornalistas. 

A expectativa de Barcelos é que, caso a obra custe menos que o previsto, a diferença seja repassada ao município da mesma forma. Há uma previsão que estima que o gasto deve ficar em torno de R$ 32 milhões, ou seja, R$ 16 milhões abaixo do orçado. 

“A gente iria mudar a cara da cidade, ia ligar Brumadinho em todas as [rodovias], ia investir num distrito industrial, para atrair empresas limpas para o município. Tem muitos projetos que poderíamos fazer se ele mandasse esse dinheiro para nós”, avalia ele. 



O governo de Minas Gerais também divulgou números atualizados sobre as operações em Brumadinho. Segundo o Corpo de Bombeiros, o total de corpos e segmentos encontrados passou a 713 casos e há 128 para serem solucionados. 

A última atualização nos números de mortos e desaparecidos foi feita no dia 6 de julho. A Polícia Civil diz que espera a chegada de um aparelho chamado Ilumina, que auxilia na leitura de DNA, para agilizar o trabalho. A previsão é que o aparelho, comprado pela Vale, chegue ao IML no começo de agosto.

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