Com crise venezuelana, Pacaraima é cidade que mais cresce; veja mais curiosidades sobre a população

Cidade que mais perde habitantes é a também fronteiriça Japurá, no limite com a Colômbia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

​O êxodo de venezuelanos em fuga do regime do ditador Nicolás Maduro fez de Pacaraima (RR), na fronteira do Brasil com a Venezuela, a cidade que mais cresceu no país, proporcionalmente, segundo a estimativa da população calculada pelo IBGE

A cidade ganhou 1.821 habitantes do último ano para cá, segundo as contas do IBGE, o que representa um aumento de 11,7%. Desde 2017, quando a crise se acirrou do lado de lá da fronteira, o aumento foi de 41% —se mantiver esse ritmo de crescimento, em cinco anos a cidade terá o dobro de seu tamanho hoje.​

A segunda cidade que mais cresceu foi a capital do estado, Boa Vista, para onde boa parte dos venezuelanos recém-chegados foram, com aumento de 6,4% na sua população. 

A chegada dos imigrantes causou crise no estado, com casos e violência e protestos de brasileiros contrários à chegada dos venezuelanos. A ONU estima que 4 milhões de pessoas tenham deixado a Venezuela com a crise.

Enquanto a média de aumento da população no país de 2018 para 2019 foi de 0,8% e na região Norte foi de 1,4%, em Roraima o índice ficou em 5,1%.

A estimativa da população do Brasil foi publicada nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O órgão estima que o país tenha chegado aos 210,1 milhões de habitantes em seus 5.570 municípios.

As cidades que mais ganharam habitantes em termos absolutos são as grandes capitais do país. São Paulo, por exemplo, ganhou 75 mil novos moradores no último ano, mas isso equivale a apenas 0,6% da população.

A estimativa leva em conta tendências observadas da mortalidade, da fecundidade e da migração em nível nacional e regional, com as componentes sempre ajustadas. O Brasil tem apresentado rápido envelhecimento da população e queda acentuada na taxa de fecundidade, que passou de 2,54 filhos por mulher em 1996 para 1,73 em 2016 —abaixo da taxa de reposição, o que tem preocupado especialistas.  

Já a cidade que mais perdeu gente, proporcionalmente, também é fronteiriça: Japurá (AM), município limítrofe com a Colômbia —perdeu 16% de sua população, segundo o cálculo do IBGE; em relação ao Censo de 2010, a população é 62% menor.

Há uma série de cidades na região em que a população diminuiu, como Fonte Boa (-3,4%), Jutaí (-3%) e Santo Antônio do Içá (-1,7%). Enquanto isso, Manaus foi a terceira cidade que mais cresceu, em termos absolutos —demógrafos apontam uma tendência de migração da população do interior em direção à capital atraída sobretudo por empregos na Zona Franca de Manaus.

Ao todo, um quarto dos municípios do país registrou queda no total de habitantes —1.378 de 5.570 cidades. Como elas são, em geral, cidades menores, isso interferiu pouco no total da população do país, que chegou a 210,1 milhões de pessoas, segundo a estimativa.

Há casos em que alterações de limites municipais fazem a população de uma cidade crescer ou diminuir com uma canetada. Esses municípios, no entanto, não entraram na conta feita pela reportagem.

Existem três cidades com menos de mil pessoas no Brasil: são a mineira Serra da Saudade (781 habitantes estimados), a paulista Borá (837 pessoas) e a mato-grossense Araguainha (935).

A taxa de crescimento da população brasileira foi de 0,79% em relação à medição do ano anterior, quando o instituto estimou em 208,5 milhões o número de habitantes do país. Os dados foram publicados nesta quarta-feira (28) no Diário Oficial da União. 

São Paulo mantém a liderança como o estado mais populoso do país, com 45,9 milhões de habitantes —no ano passado eram 45,5 milhões. Minas é o segundo, com 21,1 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro, com 17,2 milhões.

Segundo estimativas da ONU que levam em conta as tendências atuais, a população brasileira deve atingir um pico de 233 milhões por volta de 2050 e, depois, tende a encolher até o fim deste século  ​para 190,4 milhões. 

O IBGE vai na mesma linha, projetando pico de brasileiros em 2047 (233,2 milhões), com declínio a partir de então.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.