Um dos geneticistas mais influentes do Brasil e reconhecido mundialmente por contribuições em genética craniofacial também ficou marcado pela simplicidade.
O médico Antonio Richieri Costa nasceu em Bauru (a 343 km de SP), filho de um ferroviário e de uma dona de casa. Foi o primeiro membro da família a cursar faculdade. Dizia com frequência que a vida havia dado mais do que merecia.
Foi jogador de futebol na adolescência. Era são paulino.
Quando saía pelas ruas de Bauru fazia questão de cumprimentar a todos que cruzavam seu caminho.
A esposa Sthella Zanchetta, com quem era casado há 18 anos, lembra que a maneira como cada um o chamava identificava a fase da vida em que a amizade havia iniciado.
Autor de 207 artigos científicos publicados, Antonio também gostava de escrever poesias em guardanapos. Versátil, não gastava mais de uma hora para elaborar os artigos e gravar suas poesias no papel.
Sem nunca ter estudado, era fluente em inglês, espanhol, italiano, francês e latim.
Adorava música e cinema. Sua preferência por filmes orientais foi eternizada numa coleção de DVD’s.
A natureza também conquistou um lugar especial em seu coração. Antonio amava os pássaros. Com ouvido apurado, conseguia identificar a ave ao ouvir o canto.
Dos seus quatro filhos, um tornou-se médico.
Doutor Richieri iniciou sua vida profissional como neurologista em Botucatu (a 230 km de SP) e encontrou sua vocação como médico geneticista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais (HRAC-USP/Bauru), onde trabalhou de 1986 a 2 de agosto deste ano, quando morreu de parada cardiorrespiratória.
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