A fama por realizar eventos e cozinhar para famosos não é a única lembrança que o banqueteiro Antonio Paulo Mariutti —ou Toninho Mariutti, como era conhecido—, deixou para o público.
Apesar das badalações, ele vivia pela família. Seu irmão, o engenheiro Germano César Mariutti, 64, conta que Toninho sempre quis ficar perto dos oito irmãos.
"O Natal era comemorado na casa dele, com a presença da família e dos amigos. Era um ritual: ele rezava uma missa em frente ao presépio que montava anualmente e depois festejava com todos."
Devoto de Nossa Senhora, Toninho era simples, religioso e o responsável pela grande novena realizada no Jardim Paulistano (zona sul da capital paulista), onde morava. A imagem da santa corria as casas do bairro. No dia de Santo Antônio, distribuía o tradicional pão a todos.
O interesse pela decoração, obras de arte e pela cozinha começou na pré-adolescência.
Nos anos 60, quando ficava no sítio em Bragança Paulista (a 83 km de SP), aproveitava para visitar as capelas das fazendas vizinhas, garimpava os lustres e castiçais antigos e os levava para decorar a sua casa. Já nesta época, ele pintava quadros e telas, e durante muito tempo exerceu a profissão de ceramista.
A criatividade para lidar com os objetos de arte também foi explorada na gastronomia, somada à imaginação e ao improviso. Aos poucos, conquistou seu público com a alegria e a forma de trabalhar.
No final dos anos 80, Toninho Mariutti assumiu a culinária e abriu um buffet. "Ele inaugurou uma nova era na maneira de fazer eventos, e ficou famoso", diz Germano.
Toninho Mariutti morreu dia 3 de agosto, de insuficiência renal, aos 67 anos. Solteiro, deixou oito irmãos.
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