Regiões de Pinheiros e Mooca são as campeãs de notificações por sarampo em SP; veja mapa

Casos confirmados atingem 1.637 na capital, com 7.380 ainda em investigação

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São Paulo

Bairros paulistanos como Pinheiros, Perdizes e Lapa, na zona oeste, ou como Mooca, Tatuapé e Aricanduva, na zona leste, estão entre as duas regiões com mais notificações de casos de sarampo na cidade de São Paulo.

Balanço da prefeitura até quarta-feira (28) aponta que as unidades de vigilância em saúde (Uvis) responsáveis por essas áreas são as duas com mais casos notificados, ambas com mais de 585 notificações cada.

A Uvis Lapa/Pinheiros, na zona oeste, cobre os distritos de Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros, Perdizes, Barra Funda, Lapa, Alto de Pinheiros, Vila Leopoldina, Jaguara e Jaguaré. Já a Uvis Mooca/Aricanduva, na zona leste, compreende a área do Brás, Mooca, Pari, Belém, Água Rasa, Tatuapé, Vila Formosa, Carrão e Aricanduva.

Em seguida, estão as Uvis Pirituba, Freguesia do Ó, ambas na zona norte, Sé, no centro, Itaquera, na zona leste, e Vila Mariana/Jabaquara, na zona sul. As unidades neste segundo grupo têm entre 435 e 585 notificações (veja mapa nesta página).

A um dia do término da campanha de vacinação na capital, 7.380 casos da doença ainda estão sob investigação. Já foram confirmados 1.637, com uma morte, um morador da zona leste. Outras 698 suspeitas foram descartadas.

Se a proporção entre confirmações e descartes se mantiver, o número de casos pode saltar para mais de 4.700 nas próximas semanas. O Ministério da Saúde, no entanto, afirma que a média dos casos suspeitos que se confirma é de 26%.

A campanha de vacinação da secretaria municipal de Saúde contra o sarampo é voltada para bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias e paulistanos de 15 a 29 anos, e termina neste sábado (31). Segundo a pasta da gestão Bruno Covas (PSDB), não há previsão de ações extraordinárias nas regiões com mais casos confirmados ou notificações.

O que seguirá sendo feito, conforme a secretaria, são as chamadas ações de bloqueio sempre que houver uma suspeita —equipes de saúde visitam lugares de convivência do indivíduo com a suspeita de sarampo, como o prédio em que mora e o seu local de trabalho, e aplicam a vacina em pessoas que circulam por ali.

Após ter sido considerado eliminado no país, o sarampo voltou a registrar casos no país em 2018, inicialmente nos estados de Roraima e Amazonas. O impulso para o retorno da doença foi a entrada de casos importados e a baixa cobertura vacinal no Brasil. A situação fez o país perder o certificado de país livre da doença, o qual havia sido entregue pela Opas em 2016.

Apesar de terem registrado casos neste ano, os estados de Amazonas, Pará e Roraima conseguiram interromper a transmissão e, por isso, não constam no balanço atual. Já os estados com status de "surto ativo" são aqueles que tiveram casos nos últimos 90 dias. 

Nos últimos anos, surtos da doença têm ocorrido em outros países, o que eleva o alerta também no Brasil. Na Europa, por exemplo, são 49 países afetados.


Tire suas dúvidas sobre o sarampo

A Folha elencou as principais dúvidas sobre o sarampo e a respeito da campanha de vacinação realizada em são Paulo.

O que é sarampo? É uma doença infecciosa aguda transmitida por um vírus, caracterizada por manchas na pele. A doença estava erradicada no Brasil, mas voltou. Uma das razões é a baixa cobertura vacinal, ou seja, as pessoas deixaram de se vacinar.

Como é transmitido? A transmissão acontece pela saliva, carregada pelo ar (quando a pessoa tosse, fala ou espirra). Ou seja, é altamente contagiosa.

Quais os sintomas? Febre alta (acima de 38,5°C), manchas vermelhas na cabeça e no corpo, tosse, dor de cabeça, coriza e conjuntivite.

Sarampo pode matar? Sim. É uma doença que traz complicações graves, inclusive neurológicas, e pode levar à morte. Também pode deixar sequelas como a surdez.

Como é o tratamento? O doente é isolado e apenas os sintomas são tratados. Por isso, a vacinação é a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

O que fazer em caso de suspeita? Encaminhar o paciente a um serviço de saúde, que por sua vez notificará a vigilância epidemiológica para que esta vacine quem teve contato com o doente.

Quem deve se vacinar? Bebês de 6 meses a 11 meses e 29 dias devem tomar a dose da campanha e as duas do calendário nacional de imunização, aos 12 meses e 15 meses; crianças e jovens de até 29 anos precisam ter tomado duas doses da vacina —quem tem de 30 a 59 anos, apenas uma dose. A maioria das pessoas com mais de 60 anos não precisa da vacina, pois já teve contato com o vírus. Na dúvida sobre ter ou não tomado a vacina na infância, é melhor tomá-la agora. Não é preciso levar a carteirinha de vacinação.

Em ações de bloqueio, quando identificado caso suspeito da doença, todos devem tomar a vacina, que é uma imunização pontual.

Onde é feita a vacinação? Em postos de saúde e, durante a campanha, em pontos anunciados pelo governo, como estações do metrô.

Quais as reações à vacina? Febre e dor no local da injeção, com possível inchaço. Não há reações neurológicas. A vacina NÃO causa autismo.

Quem não pode se vacinar? Gestantes, transplantados, quem faz quimioterapia e radioterapia, ou usa corticoides ou tem HIV com CD4 menor que 200. Alérgicos a ovo e lactantes podem tomar a vacina.

Por quanto tempo a vacina vale? Para quem completou as duas doses (ou uma dose até 1989), vale pela vida toda.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior do mapa desta reportagem trocava as posições das unidades da Sé e do Butantã. O mapa foi corrigido.

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