Chega a 12 o número de mortes provocadas pelo incêndio no hospital Badim

No total ainda há 64 pessoas internadas, entre pacientes, familiares e funcionários

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Ribeirão Preto e Rio de Janeiro

Morreu na manhã desta segunda (16) mais uma paciente que estava internada quando um incêndio de grandes proporções atingiu o hospital privado Badim, no Maracanã, na zona norte do Rio e Janeiro, na última quinta-feira (12). Com ela, sobe para 12 o número de mortos.

A idosa Yolandina Gaspar havia sido transferida do Badim para o hospital Copa D’Or, em Copacabana, onde faleceu. Sua idade exata e o motivo da internação não foram divulgados. Segundo um comunicado de sua irmã nas redes sociais, o enterro será nesta terça (17), no Cemitério de Inhaúma, na zona norte.

“Ressaltamos que todos os esforços e dedicação das equipes médicas envolvidas foram empenhados para a recuperação da paciente, assim como tem sido feito diariamente no atendimento prestado”, diz um comunicado da direção do hospital Badim.

Além da morte, a unidade informou que uma funcionária deu entrada na noite deste domingo (15) no Copa D’Or, com “sintomas possivelmente decorrentes do incêndio”. A direção diz que continua acompanhando a evolução do quadro clínico das vítimas.

No total, 64 pessoas seguem internadas, sendo 54 pacientes e 10 familiares e colaboradores. Quando o incêndio começou, havia 103 pacientes e 226 funcionários no local.

Hoje eles estão espalhados por 12 hospitais particulares: Américas, Casa de Portugal, Caxias D’or, Copa D’or, Gafrée, Israelita Albert Sabin, Norte D’or, Quinta D’or, Rios D’or, Samaritano, São Bernardo e Unimed Barra. Quem havia sido levado para unidades públicas no dia do incêndio foi transferido logo depois para unidades privadas.

A maioria das vítimas morreu por inalação de fumaça, mas há casos em que as mortes foram decorrentes do desligamento de aparelhos com a queda da energia elétrica, segundo a diretora de perícia do IML (Instituto Médico Legal), Gabriela Graça. Todas eram idosas, com idades entre 66 e 93 anos (veja os nomes abaixo). 

O prédio atingido foi o mais antigo do hospital, inaugurado em 2000. Havia ali uma recepção, administração, lanchonete, uma unidade intensiva de curta permanência, CTI (Centro de Tratamento Intensivo), unidades de internação (em um dos andares desativada), 14 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), uma Central de Material e Esterilização (CME) e uma cobertura que armazenava equipamentos.
 

INVESTIGAÇÃO

Já foi confirmado que o incêndio começou no gerador de energia que ficava no subsolo do hospital, mas, segundo a Polícia Civil, as investigações para apurar as circunstâncias do fogo e das 12 mortes confirmadas até agora seguem em andamento.

Funcionários da equipe de manutenção do Badim foram ouvidos nesta segunda, e outros depoimentos de colaboradores estão previstos para esta terça.

O prédio também está passando por perícia desde a última sexta (13). Agentes voltaram ao local nesta segunda para coletar dados complementares e, nesta terça, está prevista mais uma análise no edifício e no gerador, com a presença de técnicos da empresa responsável pelo equipamento.

Segundo o delegado Roberto Ramos, responsável pela investigação, ainda é prematuro afirmar que houve negligência do hospital em relação à manutenção do aparelho. "Sabemos que o problema foi no gerador. Agora vamos fazer o estudo mais aprofundado para saber da manutenção e como se deu esse problema que gerou o incêndio", disse um dia após a tragédia.

Imagens de câmeras de vigilância interna do hospital divulgadas pelo Fantástico mostram que inicialmente funcionários tentaram apagar o fogo e que a evacuação do prédio começou ao menos oito minutos após a equipe perceber o incêndio. Não é possível identificar a presença ou ajuda de brigadistas.

Questionado, o hospital disse em nota que o plano de socorro usado foi o Plano de Ação e Emergência (PAE). "O hospital conta com 30 brigadistas de incêndio. Os dois prédios contam, juntos, com 5 saídas de emergência. O prédio atingido possuía dois geradores e as manutenções preventiva e corretiva eram feitas dentro dos prazos exigidos pelos órgãos competentes. Todas as licenças necessárias para o pleno funcionamento do hospital estavam em dia."

Quem são as 12 vítimas do incêndio

1. Alayde Henrique Barbieri, 96

2. Ana Almeida do Nascimento, 95

3. Ana Irene Freitas, 83

4. Berta Gonçalves Berreiro Sousa, 93

5. Darcy da Rocha Dias, 88

6. José Costa Andrade, 79

7. Ivone Cardoso, 75

8. Luzia dos Santos Melo, 88

9. Maria Alice Teixeira da Costa, 75

10. Marlene Menezes Fraga, 85

11. Virgílio Claudino da Silva, 66

12. Yolandina Gaspar (idade não divulgada)

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