O encanto pela medicina surgiu ao ver o pai —farmacêutico— curar as pessoas. Como trabalhava com ele, amadureceu o desejo de aprimorar o dom e tornou-se médico geriatra.
“Meu pai foi um médico diferenciado. Ele curava com amor”, diz o filho, o dentista Eduardo Pimentel, 37.
Foram 40 anos de medicina. Gleizer Siqueira Pimentel atendia dentro e fora do hospital. Ele ia à casa dos idosos e não cobrava consulta daqueles que não podiam pagar.
“Se ele se deparasse com algum acidente na estrada, parava para socorrer as vítimas. Às vezes, tirava a camisa para realizar os curativos e levava as pessoas ao hospital no próprio carro”, conta o filho.
Para ele, a opção pela medicina significava doar seu tempo aos outros. Também dizia com frequência que o importante é o amor e o que fazemos de bom.
Pimentel foi secretário Municipal de Saúde de Barra Mansa, no sul do Rio de Janeiro (1988), onde nasceu, Em 1992, foi eleito vereador.
Cumpriu um mandato e desistiu da carreira política por ser contra a reeleição.
No dia a dia era bondoso, solidário, espirituoso, engraçado e repudiava o preconceito. “Era desapegado de sentimentos fúteis. Ele pregava a igualdade, independentemente de cor, raça e classe social.”
Em 1977, foi convidado a dar aulas na Universidade Federal de Alfenas e fixou residência na cidade do interior de Minas. Atualmente, trabalhava como geriatra na Santa Casa de Alfenas.
O Flamengo e o samba estavam entre as coisas de que mais gostava na vida. Religioso,
era devoto de Nossa Senhora e ia à missa diariamente.
Gleizer Siqueira Pimentel morreu após sofrer parada cardíaca, no dia 13 de setembro, aos 65 anos. Deixa esposa, três filhos e três netas.
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