Durante 30 anos, José Divino foi a voz por trás da oração de Ave-Maria e das mensagens religiosas da Hora do Ângelus, exibido na TV Anhanguera, de Goiás.
A viúva, Esméria Braga, conta que era comum ser reconhecido por telespectadores goianenses em restaurantes e shoppings. “Nosso povo é muito católico. As pessoas o abraçavam e diziam que rezavam junto com ele todo dia”, diz ela, sua companheira por mais de 40 anos.
A relação com a locução começou cedo: quando pequeno, tinha o hábito de imitar radialistas. Mais tarde, sugeriram que fizesse um teste para uma rádio local de Uberlândia, onde nasceu —passou. Começou na TV Anhanguera na década de 1960, onde também foi apresentador e diretor de jornalismo.
Um dos hobbies de José era tocar gaita. A paixão pela música foi herdada do pai, músico e professor de acordeão. Era um leitor voraz: às vezes, lia um livro por semana, de crônicas a história do Brasil. Era uma biblioteca ambulante, segundo a viúva. O escritor Rubem Braga era um dos preferidos.
É descrito como um homem amigável, disposto a ouvir pessoas próximas e com personalidade forte.
Tinha o sonho de passar uma temporada em Portugal. Morreu em 30 de agosto, aos 83 anos, em decorrência de um enfisema pulmonar. Deixa a esposa, sete filhos e nove netos.
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