“Ele era feliz ao ver as pessoas se divertirem.” Desta forma a comerciante Neide Maria Pacheco da Cunha, 55, descreveu o sentimento que prevaleceu na maior parte da vida de seu marido, Edenaldo Lisboa da Cunha.
Era conhecido como Feijão, apelido que surgiu na infância, após precisar de ajuda médica para retirar um grão de feijão que havia enfiado no nariz propositalmente.
Nascido em Florianópolis (SC), Feijão dizia que tinha os pés atolados em Santo Antônio de Lisboa, de tanto que amava o bairro de influência açoriana onde sempre morou, segundo a esposa.
Proativo, ganhou popularidade. Os amigos o chamavam de “polêmico fazedor”, porque brigava pelas melhorias do bairro. “Meu marido não negava nada a ninguém. Foi um ótimo cidadão, pai, marido e avô.”
Assim, conquistou a liderança comunitária e a presidência da Associação Recreativa e Cultural Avante. Ele era um dos principais organizadores do tradicional Carnaval de rua e da corrida “São Silvelho”, voltada a participantes com mais de 50 anos de idade e despreparados.
Sua popularidade também era medida pelas festas em casa. “Ele sempre dizia que não havia convidado ninguém, mas sempre aparecia gente de todos os cantos do bairro. Feijão colocava todos para dentro, até quem vivia em situação de rua.”
Nos poucos momentos de descanso, aproveitava para acompanhar os jogos do Figueirense e ouvir notícias no “radinho” —como se referia ao celular.
Edenaldo morreu no dia 4 de setembro, aos 57 anos, por complicações de uma infecção. Deixa mulher, dois filhos e um neto.
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