Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Veja quem são as vítimas identificadas de incêndio em hospital no Rio

Maioria era idosa e teve como causa da morte o desligamento de aparelhos ou asfixia pela fumaça

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Ana Carla Bermúdez Igor Mello Lucas Lacerda
São Paulo e Rio de Janeiro | UOL

A maioria das vítimas do incêndio de quinta-feira (12) no Hospital Badim, na zona norte do Rio de Janeiro, era idosa. Algumas morreram no momento do desligamento dos aparelhos, enquanto outras foram asfixiadas pela fumaça. Todas elas tinham entre 66 e 96 anos.

O fogo teve início no fim da tarde de quinta, pouco antes das 18h, quando o prédio começou a ser tomado pelas chamas. Uma fumaça preta e espessa pôde ser vista de longe por moradores da região. Segundo o hospital, a causa mais provável do incêndio seria um curto-circuito.

Treze já foram identificadas; são elas:

1. Alayde Henrique Barbieri, 96

2. Ana Almeida do Nascimento, 95

3. Ana Irene Freitas, 83

4. Berta Gonçalves Berreiro Sousa, 93

5. Darcy da Rocha Dias, 88

6. José Costa Andrade, 79

7. Ivone Cardoso, 75

8. Luzia dos Santos Melo, 88

9. Maria Alice Teixeira da Costa, 75

10. Marlene Menezes Fraga, 85

11. Virgílio Claudino da Silva, 66

12. Yolandina Gaspar (idade não divulgada)

13. Áurea Martins de Oliveira, 87

Além delas, uma mulher de 98 anos também morreu.

Ana Almeida do Nascimento

Ana Almeida do Nascimento tinha 95 anos. Segundo a TV Globo, ela havia sido internada com uma pancreatite no início de agosto, tendo passado por outros três hospitais antes de chegar ao Badim, onde estava no CTI. A família da idosa passou a madrugada procurando por ela em diversos hospitais.

Ana Irene Freitas

Ana Irene Freitas, 83, era do Rio de Janeiro, moradora do Méier e dona de casa. Estava internada com desidratação. Ela deixa seis filhos.

Segundo familiares, era uma pessoa ativa e alegre. "Ela estava entubada. Minha mãe estava com desidratação, muito fraca, tinha até suspeita de câncer. É trágico. Queria que a minha mãe tivesse uma morte natural, não uma morte dessa forma", disse o filho, Daniel Freitas de Brito.

Berta Gonçalves Berreiro Sousa

Berta Gonçalves Berreiro Sousa, 93, estava em um CTI no terceiro andar do hospital. Ela tinha pneumonia e uma infecção no útero.

O advogado Carlos Outerelo, filho de Berta, também relatou ter sentido cheiro de queimado após a primeira queda de luz na unidade de saúde, minutos antes de o fogo começar. Ele afirmou ainda que os bombeiros o impediram de salvar a mãe, endossando relatos de outras pessoas que perderam familiares na tragédia, mas avaliou que a decisão dos socorristas foi correta.

Luzia dos Santos Melo

Luzia, 88, era maranhense e morava há décadas em Cascadura, na zona norte do Rio. Estava internada desde quarta-feira (11) para tratar uma pneumonia. Ela tinha previsão de alta para a próxima semana. Seu sepultamento será neste sábado (14), no cemitério São Francisco Xavier, na Tijuca.

Luzia dos Santos Melo, 88, uma das vítimas do incêndio no Hospital Badim, no Rio
Luzia dos Santos Melo, 88, uma das vítimas do incêndio no Hospital Badim, no Rio - Arquivo Pessoal

Emanuel Melo, filho dela, disse que acompanhou a mãe junto com a equipe do hospital. “Procurei tranquilizar minha mãe. Arrumei a maca e colocamos ela para ela sair. Eu só falava ‘mãe, por favor, não tira essa máscara [de oxigênio]’. Disse ‘mãe, não fala nada, deixa para falar depois’. E agora não vou mais poder falar com ela”, conta Emanuel.

O carioca afirma que houve negligência do hospital, truculência do Corpo de Bombeiros e que a morte poderia ter sido evitada.

“Foi um assassinato. Só faleceram os que estavam no G1 e no primeiro andar, os idosos, que deveriam ser prioridade”, afirma.

Emanuel afirma que houve uma queda de luz, quando ele e outros presentes no CTI perceberam fumaça por volta de 17h15 e alertaram a equipe do hospital. Foram informados que se tratava de manutenção interna.

“Aí, quando houve a explosão, a fumaça tomou conta de tudo, era um cheiro insuportável”, lembra.

Emanuel relatou ainda que tentou auxiliar o resgate da mãe, mas foi impedido pelo Corpo de Bombeiros. Ele afirmou ter empurrado a maca onde Luzia estava até um local onde estavam os bombeiros, que não o deixaram passar dali com a mãe, que ainda estava lúcida. Ele só soube do falecimento na manhã desta sexta.

Maria Alice Teixeira da Costa

Maria Alice Teixeira da Costa, 76, estava internada desde segunda-feira (9). Segundo a família, ela estava desaparecida desde ontem.

Maria Alice Teixeira da Costa, 75, vítima do incêndio no Hospital Badim, no Rio
Maria Alice Teixeira da Costa, 75, vítima do incêndio no Hospital Badim, no Rio - Reprodução

Sua filha, Tânia Teixeira, estava desesperada em busca de notícias da mãe na manhã desta sexta. "Minha mãe está sumida, eu não sei onde ela está. Ninguém sabe dar informação nenhuma", relatou à TV Globo. "Eu preciso achar minha mãe. Pelo amor de Deus. Se alguém souber, eu agradeço."

A acompanhante de Maria Alice, Gigiane dos Santos, despencou do terceiro andar do hospital ao tentar deixar o prédio usando uma corda e fraturou os dois tornozelos. O marido da acompanhante disse que ela tentou sair pela janela porque não estava mais conseguindo enxergar o ponto de saída em razão da fumaça no local.

Virgílio Claudino da Silva

Virgílio Claudino da Silva, 66, morreu de embolia pulmonar devido à inalação de fumaça, segundo o irmão, Sebastião Claudino da Silva. Sebastião diz que o irmão estava internado no CTI do hospital havia 70 dias após ter sofrido um AVC.

Virgílio Claudino da Silva, 66, vítima do incêndio no Hospital Badim, no Rio
Virgílio Claudino da Silva, 66, vítima do incêndio no Hospital Badim, no Rio - Arquivo pessoal

Bastante abalado, o irmão disse que Virgílio estava sozinho no hospital. Ele deixa dois filhos, além dos netos. Nas redes sociais, familiares o descreveram como uma pessoa forte e lamentaram a perda.

"Vai com Deus, tio, ficam somente as lembranças boas que você deixou, o carinho de sempre... Você lutou e lutou bastante, infelizmente aconteceu o inesperado", escreveu uma sobrinha.

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