A quantidade de cocaína apreendida pela polícia de São Paulo na manhã deste domingo (20) surpreendeu até os mais otimistas dos policiais que participaram da operação. Ao contrário de 100 kg ou 200 kg, o que já seria muito, as equipes se deparam com mais de duas toneladas da droga e um problema inusitado: como transportar tudo aquilo?
Os policiais tinham poucos detalhes do que iriam encontrar quando planejaram a operação e, até por isso, nem chegaram a batizar a empreitada. Foram sem nome mesmo. As equipes sabiam apenas que em uma propriedade rural de Nazaré Paulista (a 67 km da capital) poderia haver uma refinaria de drogas do PCC. Para localizá-la, precisavam achar o “Sítio do Vovô”.
A busca havia iniciado na quinta-feira (17) e, por volta das 7h domingo, a placa de identificação foi localizada. Logo na entrada, dois suspeitos foram presos. Os criminosos que estavam na casa perceberam, porém, a movimentação das equipes e fugiram para o matagal. Uma operação foi montada para tentar encontrá-los, mas não foram mais localizados.
Foi só quando acessaram o interior da casa que os policiais tiveram a noção do tamanho da ocorrência e, depois, que aquela era a maior apreensão da história do Denarc (narcóticos) de São Paulo, segundo a Polícia Civil. “A quantidade de drogas nos surpreendeu. Surpreendeu muito mesmo. Não esperávamos que fosse essa tamanha quantidade. Mas foi uma surpresa boa”, disse o delegado, Carlos Battista, titular da 6ª Dise do Denarc.
O sucesso da empreitada trouxe, porém, a questão do transporte. Nem mesmo com a capacidade de carga ampliada com a chegada de outras cinco viaturas acionada no apoio conseguiu-se espaço suficiente. Além disso, havia maquinários e produtos químicos que somente poderiam ser levados em um caminhão, o que foi providenciado.
O caminhão baú enviado para o transporte não conseguiu, porém, carregar tudo de uma vez só. Foram necessárias duas viagens, entre Nazaré Paulista a sede do Denarc, no Bom Retiro, na região central de São Paulo. Ao todo, só de carregamento e transporte foram gastos cerca de 12 horas e, para pesar e empacotar, outras dez horas.
Em razão da demora de transporte, pesagem e embalagem de toda a droga, e, na sequência, a formalização do flagrante das pessoas presas no sítio, a realização da audiência de custódia só ocorreu nesta terça-feira (22). A prisão foi convertida em preventiva (sem prazo para acabar).
De acordo com a Polícia Civil, acredita-se que a droga apreendida estava pronta para ser vendida nas biqueiras da região metropolitana de São Paulo e seria de propriedade da facção criminosa PCC, em razão do número encontrada na embalagem: 777.
A polícia estima que a carga possa custar cerca de R$ 20 milhões.
Ainda não se sabe quem são os verdadeiros proprietários do sítio.
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