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Em Florianópolis, passeio por fortificações históricas é alternativa à praia

Empresas oferecem atração por cerca de R$ 80 por pessoa; crianças de até 5 anos não pagam

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Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, construção de 1740 e parte da história da disputa de Portugal e Espanha pelo domínio do território brasileiro

Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, construção de 1740 e parte da história da disputa de Portugal e Espanha pelo domínio do território brasileiro Giuliane Gava/ Folhapress

Florianópolis

Sentir o vento e a água do mar, aliviar o calor intenso em um passeio de barco e, de quebra, conhecer uma parte da história do Brasil colonial. Essa é a proposta do roteiro turístico entre as fortalezas de Ratones e Anhatomirim, duas das principais fortificações militares erguidas pela coroa portuguesa há quase três séculos em Florianópolis.

O passeio é feito de escuna e é oferecido por diversas empresas, com saída da região central, das praias do norte da ilha e de cidades vizinhas, como Governador Celso Ramos. 

Custa em média cerca de R$ 80 por pessoa (crianças de até cinco anos não pagam). O roteiro mais completo demora até seis horas, com parada para almoço e, se der sorte, um show particular com golfinhos ao longo do trajeto. 

 

“É uma boa alternativa para quem quer fugir das praias lotadas e conhecer um pouco da história do Brasil”, diz Andrea Arzua, dona da Escuna Sambaqui. Ela foi a guia responsável por um grupo de pais com 11 crianças no domingo (15) na capital catarinense. 

As histórias da disputa entre Portugal e Espanha sobre o domínio da região Sul e como os soldados viviam no século 18 instigaram a curiosidade dos mais velhos e serviram de enredo para brincadeiras de pirata entre os pequenos. 

O médico Carlos Alberto Atherinos Pierri fez o passeio com seu filho Carlos Eduardo, 5. Assim como diversos moradores da região, ele ajudou arquitetos e técnicos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) a reconstruir parte das fortalezas entre os anos 1980 e 1990. 

Foi a chance de contar um pouco do seu passado e apresentar a história do país ao filho. “Eu sempre falo para meu filho que o passado te ensina projetar o futuro. Com toda certeza que todos vão continuar a discutir sobre o passeio por um bom tempo”, disse. 

Tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e administradas pela UFSC, as fortalezas começaram a ser erguidas 1739 a mando do rei D. João 5º.

“Naquele tempo, Portugal e Espanha disputavam o controle do rio da Prata. Dominar a foz era sinal de poder, pois ali a Espanha escoava sua riquezas pelo Atlântico”, explica arquiteto Roberto Tonera, membro da Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina.

No caminho até o rio da Prata, em uma posição estratégica, está a ilha de Santa Catarina. Lá, as embarcações abasteciam-se de água e alimentos. “Então, controlar essa posição, a ilha, era fundamental para o domínio do Prata”, disse.

Apesar de imponentes e estratégicas, as fortificações nunca foram utilizadas para de fato guerrear. “Então quer dizer que não serviu para nada? Muito pelo contrário. As fortalezas tiveram uma função importante no desenvolvimento da região e para demarcar o que hoje é o Sul do Brasil", conta Tonera. 

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