Moro assina acordo com Fiesp e diz que combate ao crime reduz risco ao empresariado

Programa deve oferecer capacitação profissional a presos e egressos; ministro não deu detalhes sobre financiamento

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Para uma plateia de empresários do setor industrial, o ministro da Justiça, Sergio Moro, voltou a dizer que o combate à corrupção, ao crime organizado e à criminalidade violenta melhora o ambiente de negócios no país e reduz o chamado risco Brasil. 

Moro assinou, na noite desta segunda-feira (14), um acordo de cooperação técnica com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de SP), Paulo Skaf

Um programa feito em parceria deve oferecer capacitação profissional a presos e egressos do sistema prisional, por intermédio do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).

A ideia é que a inclusão dos ex-detentos no mercado de trabalho diminua os índices de reincidência criminal —que hoje giram em torno de 30%. 

O ministério e a Fiesp também devem trocar informações e realizar estudos sobre mercados ilícitos, a exemplo da pirataria, e formas de combate e prevenção ao roubo de cargas. 

Moro e Skaf, no entanto, não deram detalhes sobre quanto será investido, quais ações estão previstas, quando serão colocadas em prática e nem se haverá contrapartidas do governo federal.

A Folha mostrou que, até agosto, o Ministério da Justiça só havia gasto 12% do montante de recursos disponíveis no Funpen (Fundo Penitenciário Nacional) para investimentos na área. 

“Temos a percepção de que precisamos incorporar no público o dinamismo que existe no setor privado. Ambos os lados podem ganhar muito”, afirmou o ministro. 

A insegurança custa caro, seguiu Moro. “Os senhores empresários sabem quanto gastam com segurança privada para proteger seus negócios”, disse. Ele também comparou o aumento de juros com o descontrole na área criminal. “Igualmente impacta [nos negócios]”. 

Moro exaltou a Medida Provisória (MP) que agiliza as vendas de bens confiscados do crime organizado. Segundo o ministro, o crime organizado visa o lucro e uma forma de combate a este tipo de crime é confiscar os bens dos traficantes. O texto aguarda sanção presidencial. 

Em apresentação sobre os feitos dos seus nove meses de gestão, Moro elogiou a ação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), criada pela pasta e que já foi enviada pelo ministro a Roraima, Amazonas, Ceará e Pará. 

“A força-tarefa vai aos estados e retoma o controle dos presídios. Não é retirar o mérito do governo estadual, mas em parte [a queda dos índices de criminalidade] é mérito da força-tarefa”, afirmou. 

A Justiça determinou afastamento do coordenador do grupo no Pará, após pedido feito pelo Ministério Público Federal listando uma série de denúncias de tortura que teriam sido cometidas pelos agentes federais que estão desde o fim de julho em 13 unidades prisionais no estado.

O ministro foi ovacionado de pé pelos empresários que lotaram o Teatro Sesi, na avenida Paulista, com capacidade para 470 pessoas. Também estavam no evento o secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, o secretário de comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten e a diretoria da entidade paulista.

Este ano, Skaf já recebeu na sede da Fiesp o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão e outros nomes do governo federal.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.