Descrição de chapéu Obituário Fernanda Rodrigues Cardoso Gaigher (1988 - 2019)

Mortes: Acelerada, Fernanda sabia que não podia perder tempo

Relatos de paranaense ajudaram pacientes de câncer a enfrentar doença

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São Paulo

Ainda na infância em Cornélio Procópio, no interior paranaense, Fernanda fez aula de balé, canto, música, pintura, curso de modelagem e participou de desfiles.

Depois começou a estudar relações internacionais em São Paulo, fez bicos em Londres para melhorar o inglês, tentou continuar a faculdade em Curitiba, voltou para a cidade natal, trabalhou em cruzeiro internacional e acabou em Lisboa. Isso tudo até os 22.

“Sempre foi acelerada. Tudo era para ontem. Uma pressa de ser feliz, de fazer as coisas. Agora a gente entende. Parece que no fundo a alma dela sabia que tinha pouco tempo, que não dava para perder tempo”, diz sua mãe, Luzia.

Fernanda Rodrigues Cardoso Gaigher (1988-2019)
Fernanda Rodrigues Cardoso Gaigher (1988-2019) - Reprodução/Instagram

O câncer no sistema linfático, descobriu no meio do ano passado, aos 30, em Londres, onde foi morar, pela segunda vez, com o marido, Bruno, e onde teve seu filho, Gael —depois, claro, de viver na Alemanha, viajar pela Tailândia e estudar abrir uma pousada em São Miguel do Gostoso (RN).

A doença mudou tudo, a começar pelo livro sobre maternidade que queria escrever. O dia a dia do câncer tomou conta da prosa, que foi para o Instagram —onde ganhou seguidores e se tornou referência para muita gente que passava por situação parecida.

“Vim dizer que sigo caminho árduo sem entender como vim parar onde estou. Há pavor, mas no geral vivo de amor. Confiante, entregue e encantada. O segredo é esse, descobri, viver encantada”, disse na penúltima publicação na rede, em 28 de setembro. 

A última foi escrita por sua mãe, para anunciar sua morte, no dia 3. Deixa Gael, 3, o marido, pais, irmãos e amigos. 

Suas cinzas servirão de adubo para uma árvore que a família plantou neste fim de semana, num sítio no Paraná. “A gente está fazendo tudo no estilo dela, com alegria. O que ficou foi a luta dela. Ela foi forte, e a gente não tem o direito de não ser”, diz a mãe.

coluna.obituario@grupofolha.com.br
 
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