Deixai vir a mim as criancinhas, porque delas é o reino dos céus.” A fala de Jesus foi levada como um mandamento por Alba Marzari. Dos 89 anos que viveu, a maior parte deles foi dedicada à vocação religiosa e a cuidar de crianças.
Filha de pai italiano e de mãe polonesa, Alba nasceu em Ribeirão Bonito, distrito de Arealva (347 km de SP). Mas foi em Pirajuí (a 79 km dali) que, em 1980, Irmã Alba —como a freira ficou conhecida— tornou-se diretora do Lar Santa Maria, uma instituição mantida pelas Irmãs Escolares de Nossa Senhora que acolhia órfãos e crianças pobres.
Irmã Alba gostava de participar das atividades no dia a dia das crianças. Quando pequeno, o sobrinho Renato passava férias com a tia no Santa Maria e a via como a motorista da kombi.
A referência vem de quando ela enchia o carro de crianças e as levava para tratamentos de saúde em Bauru (a 329 km de SP).
Fã da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) e do teólogo Leonardo Boff, Irmã Alba falava em empoderamento feminino quando a expressão ainda era pouco conhecida.
“A orientação para as meninas era de que elas buscassem uma formação e se enxergassem além de donas de casa”, diz a missionária Eliana Santos, uma das órfãs do Lar Santa Maria, que também seguiu a vocação religiosa.
Irmã Alba sofreu um infarto no dia 9 de setembro. Ela morreu no lar de freiras aposentadas, em São Paulo, onde escolheu viver os últimos anos.
Deixa um irmão, 25 sobrinhos e centenas de homens e mulheres que, sob seus cuidados, passaram a considerá-la uma segunda mãe.
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