O torcedor fanático do Clube do Remo adorava os campos de futebol, mas o talento pela música falou mais alto.
Ainda criança, confeccionou o primeiro violão, de lata. Aos 8 anos, começou a tocar.
Ivan Cardoso nasceu em Cametá (PA), onde viveu até há seis anos, quando mudou-se com a família para Parauapebas, no mesmo estado, para investir na carreira musical.
Nem a distância o separou da sobrinha Suanne Felix, 29, que considerava como filha. Ela conta que Cardoso estava feliz por saber que conseguiria passar o próximo Natal com a família, e pela viagem a Paris, já programada.
A trajetória como cantor, compositor e instrumentista soma 40 anos. “Ele era amado pelo público de Belém e região, e popular nas emissoras de rádio”, diz Felix.
O nome do primeiro dos quatro CDs que lançou —todos de forma independent— deu origem ao seu apelido: Moleque Tinhoso.
A mesma canção o levou ao último Festival de Música Popular Brasileira da Globo, em 2000. Ele foi o único músico da região Norte do país classificado para participar entre 27 mil composições.
A mistura da emoção com o nervosismo o atrapalhou o festival, mas, ainda assim, ficou entre os finalistas.
Quando não estava com o violão nas mãos ou no processo de criação de alguma música, o talento para a culinária entrava em cena.
“Meu tio adorava e sabia cozinhar muito bem, principalmente peixes. Ele ficava feliz quando reunia a família e os amigos”, afirma Felix.
“Ele era o alicerce da família e nos deixou a importância do amor, da amizade e união”, completa a sobrinha.
Ivan Cardoso morreu no dia 12 de outubro, aos 56 anos, de parada cardíaca. Deixa esposa e três filhos.
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