Até os 70 anos de idade, o ex-combatente da FEB (Força Expedicionária Brasileira) Antônio de Pádua Inham jogou futebol como qualquer adolescente. A dança, sua outra paixão, o acompanhou por mais uns dez anos, sempre ao ritmo do bolero.
De vida simples, Inham nasceu em Guarani (MG), mas foi registrado em Rio Novo (MG). Ainda criança, mudou-se com a família para Juiz de Fora, no mesmo estado.
Trabalhou como engraxate e garçom até ser convocado pela FEB para a 2ª Guerra Mundial. Na Itália, onde permaneceu durante um ano, serviu na 9ª Companhia de Fuzileiros do 3º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria.
De volta ao Brasil, casou-se e passou a trabalhar com comércio, numa loja de autopeças. Com o tempo, tornou-se dono do estabelecimento e de uma empresa de ônibus.
A filha, a contadora Fátima Inhan, 65, diz que ele era rigoroso e exigente com o trabalho de todos. “Meu pai sempre foi bastante batalhador, rígido e honesto nas suas ações. Gostava de tudo correto”, conta.
Há 30 anos, Inham tornou-se ativista e presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (regional Juiz de Fora), onde defendeu os direitos dos ex-combatentes e de seus familiares.
Perguntado sobre a guerra, dizia: “Para o brasileiro saber o que nós passamos na guerra, precisava ter uma no Brasil. Eu prefiro que eles fiquem na ignorância!”
Antônio de Pádua Inham morreu no dia 23 de setembro, aos 93 anos, de insuficiência respiratória aguda e complicações cardíacas. Viúvo, deixa cinco filhos, seis netas e nove bisnetos.
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