Museu de Ciências da Terra, no Rio, será revitalizado com verba do petróleo

Por lei, empresas exploradoras de petróleo devem destinar parte da receita bruta a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação

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Michel Alecrim
Rio de Janeiro

Os avanços tecnológicos da indústria do petróleo serão um dos motes principais da comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, em 2022.

Até lá deve estar pronto o projeto de revitalização do Museu de Ciências da Terra, que fica na Urca, no Rio de Janeiro, integrando parte das festividades.

Ele vai receber estimados R$ 123 milhões para melhorias nas instalações e ainda prepara a abertura de um novo pavilhão dedicado à exploração petrolífera.

 

Um passo importante para a realização do projeto foi a aprovação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) do plano de trabalho para a elaboração dos projetos executivos das obras.

Essa etapa de planejamento deve durar 15 meses e vai custar R$ 6,2 milhões. Depois disso, começa a restauração do chamado Palácio dos Estados, prédio em estilo neoclássico, construído para a Exposição Nacional de 1908, que marcou o centenário da chegada da Família Real ao Brasil.

“O prédio do museu será modernizado. Ganhará melhor infraestrutura e melhores condições de segurança. Mas o que é mais importante é o investimento no potencial do lugar como centro de ensino e pesquisa”, afirma o diretor-geral na ANP, Décio Oddone.

Por lei, as empresas exploradoras de petróleo precisam destinar parte de sua receita bruta para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Nos contratos de concessão e partilha, o percentual fica em 1% e em 0,5% no modelo de cessão onerosa. A Petrobras está cumprindo com essa exigência apoiando a recuperação do museu.

O acordo firmado com a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), responsável pelo museu, prevê também a construção de novos laboratórios anexos ao prédio histórico.

Atualmente, a Petrobras guarda importante acervo de rochas e fluidos de inestimável valor histórico e científico, que será doado para a exposição ao público e disponibilizado para estudos científicos.

Grande parte desse patrimônio ficará em três litotecas (seleções de amostras minerais) que serão construídas na Ilha do Fundão, zona Norte do Rio, em Manaus (AM) e em Feira de Santana (BA).

Atualmente, o Museu de Ciências da Terra já possui ricas coleções de rochas, meteoritos, fósseis, entre outros materiais, totalizando mais de 50 mil peças.

Há ainda biblioteca com quase 100 mil obras, recomposta depois de um incêndio que destruiu esse espaço em 1973.

O assessor da presidência da CPRM, Paulo Romano, reconhece que a instituição precisa de fato incorporar todo esse conhecimento acumulado pela indústria do petróleo.

“Este é um sonho antigo que está sendo concretizado. Além das melhorias, precisamos ressaltar essa nova fase do Serviço Geológico do Brasil, que está mais vinculado à exploração de petróleo e gás”, afirma Romano.

INTERATIVIDADE

Paralelamente à revitalização, a instituição toca em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) projeto de um novo pavilhão que está sendo chamado de Museu do Petróleo.

A ideia é montar exposições interativas com o que há de mais avançado em tecnologia digital e realidade virtual, com foco nos estudantes. O investimento, ainda não calculado, virá de doações de empresas petrolíferas filiadas à entidade.

“Estamos nos inspirando em experiências de sucesso no exterior para mostrar a importância da indústria do petróleo para o Rio e para o País. São referências os museus de Houston e Dallas, nos EUA, o de Stavanger, na Noruega, e de Astana, no Cazaquistão.

A ideia é fazer algo bastante atrativo e envolvente, mas ao mesmo tempo informativo, para despertar nos estudantes o interesse pelas áreas do conhecimento que são fortes na nossa atividade”, explica o secretário-geral do IBP, Milton Costa Filho.

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