Construtora espanhola assume obra da linha 6-laranja do metrô

Construção estava abandonada desde 2016 e canteiros acumulam lixo

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São Paulo

O governo paulista anunciou nesta segunda-feira (11) que a construtora espanhola Acciona fechou o contrato para a retomada das obras da linha 6-laranja do metrô. 

Segundo o governo João Doria (PSDB), as obras deverão durar mais quatro anos, mas não há ainda expectativa para retomar os canteiros.

“Existe hoje R$ 1,7 bilhão a ser investido pelo governo do estado nesta obra e que hoje está parado. Só em 2020, o orçamento prevê R$ 935 milhões”, disse o secretário de transportes metropolitanos Alexandre Baldy. 

A obra está parada desde agosto de 2016. Desde março de 2018, o governo paulista tentava rescindir o contrato com as construtoras, fortemente atingidas pela Lava Jato. 

As antigas empresas do consórcio construtor são a Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia, que sofreram fortemente com a falta de crédito para tocar seus empreendimentos. 

A Acciona negociou com essas empresas assumir o contrato de construção e operação da linha 6, que era formado com o governo paulista. Nos próximos 90 dias, o governo paulista avaliará detalhadamente a compra do contrato para a Acciona e a capacidade técnica de tocar a obra e operar a linha. 

A linha 6-laranja deverá ligar o bairro na Brasilândia e a estação São Joaquim do Metrô, passando próximo a várias universidades, o que lhe rendeu o apelido de a linha das universidades. 

Enquanto está parada, a obra acumula canteiros de obras abandonados e tapumes que viraram pontos de descarte de lixo. Hoje, a linha 6 tem apenas 15% dos trabalhos feitos. A linha 6-laranja já consumiu R$ 1,7 bilhão em obras civis (sendo 41% disso em recursos do governo estadual), além de R$ 984 milhões pagos a título de desapropriações.

Atraso

Com 15 km de extensão e 15 estações, a linha 6-laranja foi apelidada de linha das universidades, por ter em seu trajeto sedes de instituições de ensino como PUC, Mackenzie e FAAP. O anúncio da linha foi feito ainda na gestão José Serra (PSDB), em 2008.

Na época, a promessa era de que a linha já estaria em operação em 2012.Naquele momento, moradores de Higienópolis se organizaram para protestar contra a presença do metrô.

O termo "gente diferenciada" chegou a ser usado para descrever as pessoas que seriam atraídas por uma estação no tradicional bairro paulistano.

A assinatura do contrato de PPP (parceria público privada) só ocorreu em dezembro de 2013, quando a estimativa era de que a linha poderia funcionar parcialmente até 2018.

O contrato foi comemorado por ser a primeira PPP plena do Brasil. Ou seja, o consórcio vencedor não apenas faria a obra como seria responsável pela operação da linha por 25 anos.

A expectativa era de que isso tornaria o projeto mais atrativo à iniciativa privada, além de incentivar o término das obras. O custo total do empreendimento é de R$ 9,6 bilhões, dos quais R$ 8,9 bilhões serão divididos entre governo e o consórcio.​​

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