A medicina deve muito ao médico e professor aposentado do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Jose Hugo Sabatino, um dos precursores do parto
de cócoras no Brasil.
“Ele defendia o parto humanizado desde a década de 1990, época em que a modalidade não era bem aceita. Jose Hugo foi um revolucionário, um cientista romântico que viveu à frente do seu tempo”, comenta o amigo Paulo César Giraldo, 63, professor titular do mesmo departamento na Unicamp.
Jose nasceu em Mendoza, na Argentina. Também morou em Córdoba, onde cursou medicina. Em 1975, foi convidado a integrar o corpo docente da Unicamp pelo então reitor, professor Zeferino Vaz.
A partir de 1984, começou a desenvolver vários projetos de pesquisa e criou o maior banco de dados perinatais do país.
Ainda na década de 1980, formou o Grupo de Pesquisa e Assistência Parto Alternativo, no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti, com o objetivo de simplificar e humanizar o atendimento médico do nascimento.
Apesar da importante trajetória, Jose não tinha ambição nem apego a questões materiais.
Sua segunda esposa, a psicóloga Sílvia Nogueira Cordeiro, 49, lembra do carinho e do amor que tinha pela família e da perseverança em relação aos ideais como médico. Era muito apegado aos filhos.
Autor de muitas publicações e artigos, Jose lançou seu quinto livro –“Apologia da Mentira”– em 2019.
Jose Hugo Sabatino morreu no dia 18 de novembro, aos 78 anos, de AVC hemorrágico. Separado, deixa seis filhos e três netos.
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