Depois de oito anos encoberto por telas, Copan vai começar processo de restauro

Instituto Pedra, especializado em projetos na área de patrimônio cultural, foi a empresa escolhida

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São Paulo

Os moradores do edifício Copan deram nesta semana um passo para concretizar o restauro do prédio residencial projetado por Oscar Niemeyer no centro de São Paulo. 

O Instituto Pedra, OSC (organização da sociedade civil sem fins lucrativos) especializada em projetos na área de patrimônio cultural, foi a empresa escolhida para desenvolver o projeto de recuperação das fachadas do edifício.

O projeto deve ser entregue à administração do Copan em seis meses.

Há quase oito anos, a ondulante silhueta do edifício, marco importante na paisagem da cidade, encontra-se coberta por uma tela.

Em dezembro de 2011, o Conpresp, conselho municipal de preservação do patrimônio, autorizou a instalação de tela e bandeja de proteção na fachada principal do edifício, evitando acidentes pelo descolamento de pastilhas do revestimento.

A anuência para instalar os equipamentos de proteção era necessária porque o órgão municipal analisava, desde 1992 o processo de tombamento do prédio, que se deu em 2012. 

Pelo mesmo motivo, tudo que diz respeito ao restauro da construção tem de passar pelo Conpresp  —a escolha do Instituto Pedra foi anunciada em reunião do colegiado na última segunda (11).

Dirigido pelo arquiteto Luiz Fernando de Almeida, que por dez anos foi presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o Instituto Pedra foi escolhido numa seleção interna do Copan.

O processo de escolha, capitaneado por Eduardo Ferroni e Pablo Hereñú, arquitetos e moradores do edifício, levou em conta currículo, experiência, prazo, a vistoria técnica realizada, proposta de desenvolvimento e custos. 

Entre os trabalhos já desenvolvidos pelo Instituto Pedra, estão o restauro do Palácio da Aclamação, em Salvador, e o da Vila Itororó, em São Paulo.

Durante os seis meses de elaboração do projeto, espera-se que a OSC chegue a soluções para duas questões principais.

A primeira, mais evidente, é a troca das pastilhas das fachadas do edifício -- boa parte das quais foi retirada --, atendendo às especificações do Conpresp. 

Enquanto a administração do Copan pretendia substituir todo o revestimento por pastilhas novas, o colegiado municipal defendia que as peças de reposição fossem idênticas às originais e que fossem substituídas somente as que apresentassem risco de queda.

A discussão desses parâmetros obscureceu o problema maior que impedia o andamento restauro, que era a apresentação de um projeto completo, com desenhos, diagnóstico técnico e um memorial dos procedimentos, assinado por profissional competente.

Esse projeto, solicitado pelo Conpresp como uma das condições para autorizar o telamento do edifício em 2011, é o que deve ser entregue pelo Instituto Pedra no ano que vem. 

Espera-se que ele contemple o edifício de forma mais global, incluindo a problemática fachada sul. 

Voltada para o miolo da quadra e por isso pouco vista, essa fachada, que corresponde às áreas de serviço dos apartamentos, foi amplamente descaracterizada ao longo dos anos. 

Após a entrega do projeto, o Copan fará uma nova concorrência para definir a empresa encarregada da execução das obras. 

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