Em Virada Esportiva, largo da Batata vira praia, e Roosevelt, pista de patins

Ao menos 2.000 atrações gratuitas seguem neste domingo em diferentes partes da metrópole

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São Paulo

Árido e urbano, o largo da Batata, espaço tipicamente paulistano, ganhou ares praianos. Uma arena recebeu a turma do vôlei. Ao redor dela, arquibancadas acolheram a torcida. Na área externa, um chuveirinho dava aquela refrescada e tirava o excesso de areia do corpo. Teve gente que foi para lá de sunga.

A ideia é que ninguém fique parado. Estamos no coração do bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital, em um dos mil pontos instalados pela metrópole com o propósito de combater a preguiça,  o sedentarismo e, é claro, divertir o paulistano nesta que é a 13ª edição da Virada Esportiva.

O estudante Renato Ferreira de Sousa Júnior, 9, estava eufórico. “Quero fazer tudo, menos escalada, porque tenho medo de altura”, disse ele, no momento da pausa no jogo de vôlei de praia sob sol forte. “Dessa praia aqui eu gosto. Não da do mar, porque uma vez quase me afoguei”, contou o garoto, interrompendo a conversa para voltar ao jogo.

Reduto de botecos e restaurantes que ocupam seus arredores, o largo da Batata segue esportivo neste domingo (24) com diferentes modalidades. Além de vôlei de praia, haverá espaço para a prática de frescobol, peteca e rúgbi de praia.

Também no largo ocorre o Skate Weekend, das 10h às 18h. Na arena deles há um paredão de madeira de 4 m de altura por 4,5 m de comprimento que serve de palco para a competição Desafio Wall Ride, evento que mistura o “street” e o vertical, numa prova que é considerada de elevado grau de dificuldade. Mas há espaço de sobra para quem está simplesmente aprendendo.

A cerca de 5 km de distância dali, a relações públicas Carine Mendes Ribeiro, 35, tirava fotos com o celular das meninas do pole dance. Mineira de Belo Horizonte, ela está turistando em São Paulo neste fim de semana. Aproveitou o sábado (23) para ir ao Ibira.

“A sensualidade, a força e beleza desse esporte me fascinam. Já tentei praticá-lo, mas não teve nada de bonito”, conta. “Saí toda roxa. E olha que eu era dançarina...”

Numa dinâmica que combina exercícios fitness com sensualidade, Vanessa Costa, 38, chamava a atenção de quem passava pela arena Arnold, montada ao lado do Museu Afro Brasil, na zona sul.

“É uma atividade completa. Emagrece, tonifica e desenvolve o corpo. Você ganha resistência física”, ensina ela, que é professora de pole dance.

A arena dos sarados ocupa 1.800 m² e é dedicada, sobretudo, aos fãs do “bodybuilding”. Cinco modalidades trabalham com esportes de força.

Mas quem tentou se descolar pela cidade neste sábado (23) precisou praticar um outro tipo de exercício: o da paciência, ao enfrentar longos congestionamentos. Muitos locais da Virada Esportiva tiveram o acesso bloqueado. Resultado: a partir das 10h, houve lentidão acima da média para o dia.

Organizado pela prefeitura, que diz ter investido cerca de R$ 3 milhões, a Virada Esportiva apresenta ao menos 2.000 atrações também neste domingo (24). Outro propósito da ação é estimular a ocupação de espaços públicos. 

Moradora de Santo André, Paula Marina Sincorá, 24, pisou pela primeira vez na praça Roosevelt, no centro, neste sábado —e pisou de patins.

Região cercada por bares, teatros e baladas, a Roosevelt ganhou uma pista de patinação retrô embalada por músicas dos anos 1980. Numa área de 12 m x 10 m, o ringue, montado sobre uma estrutura de madeira, é coberto por piso vinílico. Há 60 patins, capacetes, joelheiras, munhequeiras e cotoveleiras gratuitamente à disposição de patinadores a partir dos cinco anos de idade.

Se tiver muita gente na fila, o tempo permitido para cada um é de 20 minutos. A animação fica a cargo de Edi Gonçalves, 33, e Ezequiel de Sousa Ribeiro, 31, que exibem passos de “breakdance” com patins. Eles também auxiliam patinadores, digamos, amadores.

O que não é o caso de Paula, aficionada por quatro rodinhas desde criança. A estreia dela na praça, porém, foi adiada em quase uma hora por causa da chuva, que azedou algumas atividades ao ar livre da Virada na parte da tarde.

Ao lado do marido e do filho, Paula não se fez de rogada quando viu o céu carregado. “Faz sete meses que torci o pé direito. Só agora estou de volta. Posso esperar de boa!”

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