Homem seria nona vítima de intoxicação por bebida em Barueri (SP)

Quatro vítimas foram enterradas neste domingo; as cinco pessoas internadas têm quadro estável

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São Paulo

Uma nona pessoa teria se intoxicado após ingerir uma bebida suspeita em Barueri, na Grande São Paulo, no sábado (16). Quatro pessoas morreram após tomar o líquido e outras quatro seguem internadas. 

Paulo Cezar Pedro, 41, deu entrada no Pronto-Socorro Central de Barueri por volta das 18h30 do mesmo dia. Segundo o delegado Celso Luiz de França, da Delegacia de Barueri, ele apresentava os mesmos sintomas das outras vítimas, como pupilas dilatadas, tremores no corpo e taquicardia. Paulo teria passado mal após ajudar os outros. 

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou em nota que o homem teria caído e sofrido uma lesão na cabeça. A polícia apura o motivo da internação e se há de fato relação com a ocorrência envolvendo os outros. 

Os mortos foram identificados como Edson Sampaio da Silva, 40, Luiz Pereira da Silva, 49, Marlon Alves Gonçalves, 39, e Denis da Silva, 33. Os três últimos eram moradores de rua. 

Já Renilton Ribeiro Freitas, 43, Silvia Helena Euripes, 54, Vinicius Salles Cardoso, 31, e Sidnei Ferreira de Araújo Leme, 38, estão internados no Hospital Municipal de Barueri. Até a tarde deste domingo, o estado deles era considerado regular e estável, segundo a prefeitura do município. 

Na manhã deste domingo, a prefeitura chegou a confirmar a morte de Renilton. Mas, à tarde, retificou a informação e disse que ele está vivo. 

Vítimas passam mal no centro de Barueri no sábado (16) após ingerir bebida suspeita
Vítimas passam mal no centro de Barueri no sábado (16) após ingerir bebida suspeita - Polícia Militar/Divulgação

O incidente com os moradores de rua ocorreu por volta das 8h30 de sábado na rua Duque de Caxias, no centro de Barueri. 

De acordo com a secretária da Segurança de Barueri, Regina Mesquita, um dos sobreviventes afirmou que recebeu na última sexta (15) uma garrafa supostamente com bebida alcoólica de um desconhecido enquanto pedia dinheiro em um semáforo na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. 

O homem disse que a guardou na mochila e seguiu para Barueri, onde compartilhou a bebida com as outras vítimas. 

Ela não o identificou na ocasião. Neste domingo, a polícia afirmou que o homem seria Vinicius. O caso foi registrado como morte suspeita.

A bebida passará por perícia nesta segunda (18) pelo Instituto de Criminalística. A polícia também solicitou exames toxicológicos e de dosagem alcoólica das vítimas. Os laudos periciais estão em andamento no IML (Instituto Médico Legal). 

Imagens de câmeras de segurança do centro de Barueri estão sendo analisadas pela polícia, que realizou diligências neste domingo pela cidade em busca de elementos que ajudem a esclarecer o caso. 

No sábado, a secretária da Segurança havia afirmado que as câmeras de segurança do município não haviam registrado pessoas encostando ou entregando garrafas aos moradores de rua em Barueri 

Investigadores também apuram se alguma câmera na capital paulista registrou o momento em que o morador de rua recebeu a bebida. 

As vítimas serão ouvidas pela polícia quando o estado de saúde evoluir.

Os corpos dos quatro mortos foram enterrados neste domingo. Denis, Edson e Marlon foram sepultados em Barueri e Luiz em Osasco (região metropolitana de São Paulo). 

O pai de Marlon Alves Gonçalves, o aposentado Oswaldo Gonçalves, afirmou após enterrar o filho que a vítima tinha problemas com álcool havia muitos anos. 

"Tentei ajudá-lo arrumando empregos, mas ele não parava em nenhum e voltava para a rua". Ele não quis dar mais detalhes sobre o filho. 

Viviane Sampaio da Silva, 42, irmã de Edson, questiona a versão de que a bebida teria vindo da Cracolândia. Ela conta que os moradores de rua teriam se desentendido com seguranças de um estabelecimento comercial na região central de Barueri na última semana.

"Uma pessoa viciada em álcool vai andar cerca de 30 km dentro de uma condução com uma garrafa de cachaça sem beber um gole?", diz. "A família está arrasada. A gente só quer Justiça. Porque trazê-lo de volta, não vão."

A Delegacia de Barueri apura se o desentendimento pode ter motivado o crime. 

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