O arquiteto e urbanista Adalton Paes Manso viveu com os pés nas ideias. Nada mal para um sonhador, que lutou por um mundo melhor e por políticas públicas que favorecessem também o meio ambiente.
Estes eram os seus assuntos preferidos quando se reunia com a família, segundo o filho, o jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Bruno Paes Manso.
Adalton nasceu em São Paulo, mas mudou-se para Brasília quando entrou para a universidade.
Lá conheceu a primeira das três esposas, que morreu aos 32 anos, de um câncer de pele raro. Anos mais tarde, fixou residência em São José dos Campos (a 97 km de São Paulo, no Vale do Paraíba).
O visionário de grandes projetos esteve sempre à frente de seu tempo. No Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), atuou como pesquisador na área de sensoriamento remoto.
“Foi bastante vanguarda para a época, na década de 80, porque já trabalhava com imagens de satélite”, conta o filho Bruno.
Na área pública, foi secretário de Planejamento em São José dos Campos, de 1983 a 1986.
A atual esposa, a psicanalista Dulce Helena Rizzardo Briza, 71, o define como um idealista, amoroso, preocupado com as pessoas, a sustentabilidade e a melhoria das cidades. “Para mim, ele deixou a coragem, o amor e a vontade de viver”, diz Briza.
Adalton Paes Manso morreu no último dia 12 de outubro, aos 76 anos, por complicações de metástase de um câncer iniciado no intestino. Deixa a companheira, quatro filhos e sete netos.
Seu olhar sempre esteve voltado às questões ambientais. O Banhado, cartão postal de São José dos Campos, tornou-se área de proteção ambiental graças a ele. Suas cinzas serão depositadas no local.
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