Perder a fé, esperança e a coragem era imperdoável para o pintor de residências, o goianiense Cássio Ribeiro Alves, 47.
O amor pela profissão era tão vibrante quanto o entusiasmo com o qual ensinava à filha, a operadora de caixa Francielly Pereira Alves, 25, as propriedades das cores e as técnicas da pintura.
De acordo com a filha, apesar de ter levado os estudos apenas até a 7ª série, o pai expressava-se muito bem. “Ele era comunicativo e gostava de conversas inteligentes”, diz Francielly.
Há 13 anos, descobriu a espondilite anquilosante, uma doença incurável que afeta a coluna, os ombros, quadris e joelhos. Há 7 anos, seu estado de saúde piorou.
Cássio parou de trabalhar e entrou em depressão. Decorrência da doença, a postura curvou para a frente, impedindo-o de enxergar ao redor.
Seu maior desejo era rever o céu, o sol e a natureza. “Ele canalizou a vontade de viver e mentalizou que a fase ruim iria passar”, conta a filha.
Cássio foi submetido a duas cirurgias, nos dias 22 de agosto e 12 de setembro, e realizou o sonho de voltar a enxergar a vida ao redor, inclusive o céu.
No dia 5 de novembro, o pintor passou por um novo procedimento cirúrgico. Teve uma infecção generalizada e parada cardíaca.
Por telefone, a assessoria de imprensa do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, em Goiânia, onde Cássio fez o tratamento, afirmou que ele foi um paciente diferenciado, porque encantou e comoveu toda a instituição.
“Ele me ensinou a nunca desistir dos sonhos e ser persistente. Meu pai foi o melhor professor que a vida me deu”, afirma a filha.
Divorciado, Cássio Ribeiro Alves deixa duas filhas.
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