Um par de chinelos, a bermuda e o mar representavam o estilo de vida simples que o jornalista Miguel Soares Torres Filho gostava de levar.
O tempo para o lazer era curto. Ele se "virava nos 30": trabalhava na TV Pajuçara, na Rádio Difusora e acumulava função de assessor de comunicação de duas UPAs em Maceió e do Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo (AL).
Diariamente, o eco contagiante da gargalhada anunciava a sua chegada. E assim era aberto o festival de boas histórias narradas por ele.
"Miguel amava a vida. Era alegre e fazia piadas até diante da situação difícil que enfrentava", conta a esposa, a psicóloga Ticiana Gomes de Moura Torres, 44. A luta dele contra o câncer cerebral durou cinco anos, com piora nos últimos 12 meses.
Torres Filho aproveitava as folgas para passear no mercado público, fazer churrasco com a família e ir ao teatro.
Amigo há 15 anos, o cinegrafista Samuel Limeira Lima, 52, lembra o quanto Torres Filho desempenhava suas funções com ética, competência e humanidade.
"Ele era um gigante. Tratava todos com carinho e respeito, principalmente os companheiros de trabalho. O seu bom humor e a tranquilidade ficarão na lembrança dos colegas", diz Lima.
Segundo o amigo, quando ele viajava tinha como costume levar consigo o travesseiro do filho mais novo para que sentisse seu cheiro. "Ainda não acredito que o Miguel morreu. Tenho a impressão de que a qualquer momento ele vai entrar pela porta".
Miguel Soares Torres Filho morreu no dia 25 de outubro, aos 59 anos, por consequências de um tumor cerebral. Deixa a esposa, cinco filhos e três netos.
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