Um grande sonhador. Assim, a jornalista Olga Sarmento Tenório Neta, 34, definiu seu pai, o professor titular do curso de meteorologia da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), Ricardo Sarmento Tenório, 62.
“Até o início dos anos 2000, não existia em Alagoas previsão de tempo que servisse de ajuda para agricultura e para a prevenção de desastres naturais. Naquela época, meu pai implantou no estado o Sistema de Radar Meteorológico da Ufal”, conta.
A história começou em 1995, na França, no centro de pesquisas onde ele realizou doutorado. Tenório ganhou de presente do seu orientador um radar meteorológico e só após cinco anos de luta conseguiu entregá-lo à Ufal e fundar o sistema.
“Meu pai foi um persistente nato, que lutou muito junto ao governo federal para conseguir recursos e trazer o equipamento ao Brasil”, relata a filha.
Sua contribuição foi relevante para as pesquisas nas áreas de meteorologia e para a cooperação internacional científica da universidade.
A braveza necessária para realizar o maior sonho da carreira escondia o coração amoroso do alagoano nascido em Maceió. Apaixonado por vinhos, gostava de se atirar ao mundo e viajar, sempre em companhia da família que tanto amava.
Além de professor, era coordenador do Radar Meteorológico da instituição e integrava a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e África, para aperfeiçoar os estudos em geociências ambientais.
Ricardo Sarmento Tenório morreu dia 4 de novembro, por complicações no fígado. Deixa esposa, três filhas e cinco netos. O último, que levará seu nome, não teve o privilégio de conhecer.
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