Estado e Prefeitura de SP anunciam pacote para Paraisópolis, mas sem subprefeitura

Apresentado após morte de jovens em baile funk, plano tem mais de 30 ações

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São Paulo

Os governos municipal e estadual de São Paulo anunciaram um pacote com mais de 30 ações para Paraisópolis. No entanto, a administração Bruno Covas (PSDB) descartou um dos principais pedidos dos moradores, que é a criação de uma subprefeitura atendendo à comunidade e ao bairro do Morumbi.

O pacote, denominado Projeto Comunidade, foi anunciado após a morte de nove jovens durante uma ação policial em um baile funk na comunidade, na madrugada do dia 1º. Logo depois, os moradores receberam representantes das duas esferas de governo e fizeram uma série de pedidos.

A subprefeitura era um dos destaques, pois os moradores afirmam que têm dificuldade para realizar medidas simples, como de zeladoria.  

"Se a solução dos problemas fosse criar estruturas administrativas para atender determinados locais, seria muito fácil. Não é assim que se resolve os problemas. Os problemas são resolvidos com ações integradas", afirmou o secretário municipal de Governo, Mauro Ricardo. 

Entre as ações prometidas, estão três novas creches, dois parques, ampliação do horário de atendimento do Bom Prato, criação de 1,6 mil vagas de emprego. Algumas das promessas já foram ouvidas pelos moradores da favela antes, como a canalização do córrego Antonico, que todos os anos causa alagamentos em Paraisópolis. 

O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) e Mauro Ricardo, que representou Covas no evento, no Palácio dos Bandeirantes. 

Na área cultural, está prevista a criação de uma fábrica de cultura, uma das demandas da população. Essa e outras medidas também foram anunciadas para Heliópolis, onde também foram registrados casos de violência policial durante bailes funk. 

"Inicialmente, esse projeto Comunidade será implantado em Paraisópolis e Heliópolis. Na sequência, será aplicado também em outras comunidades com as mesmas características", disse Doria. 

As duas favelas também passarão a fazer parte do calendário da Virada Cultural. "É também uma resposta em relação a um tema que me sensibilizou, em especial ao episódio de Paraisópolis. É sim uma resposta do governo a este tema, independentemente da questão de segurança pública que prossegue dentro de seus passaportes revisados", disse o governador. 

Doria também disse que é necessário aguardar o inquérito sobre as mortes na favela "com serenidade" e que haverá revisão de protocolos. "O governo de São Paulo não tem compromisso com o erro", disse. "O fácil para um governo covarde é fugir do problema. Não é a postura do nosso governo. Nosso governo enfrenta, se solidariza, trabalha com a comunidade". 
 

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