Observar as estrelas e identificar as constelações para a neta, a produtora cultural Ana Luíza Segala Pauletto Beraba, quando ela era criança era uma das atividades preferidas do cirurgião geral Milton Segala Pauletto.
Calmo, calado e muito focado nos seus objetivos, Milton apaixonou-se pela medicina. Comprometido e visionário, acreditou na oferta de saúde pública de qualidade à população.
Não tinha consultório particular. Sempre atendeu seus pacientes nos hospitais públicos, entre eles o Federal do Andaraí e o de Força Aérea do Galeão, que idealizou, construiu e dirigiu.
Foi o Comandante, pela FAB (Força Aérea Brasileira), dos hospitais de campanha humanitária nos terremotos do México (1982) e El Salvador (1986).
Como diretor de saúde da Aeronáutica, responsabilizou-se por vários serviços. Na época, estavam sob seu comando os dez hospitais da Força Aérea no país.
Em 1989, chegou ao posto máximo da carreira militar como major-brigadeiro médico. Doze anos depois, assumiu a presidência da Cruz Vermelha Brasileira.
"Unir a profissão de médico à de militar deu ao meu avô uma atuação médica particular nos hospitais públicos", afirma a neta Ana Luíza, 40.
Pelo Correio Aéreo Nacional, percorreu o país atendendo camponeses, populações ribeirinhas e moradores de aldeias indígenas.
Defendia com afinco o conceito de universalidade do SUS, que determina que todos os brasileiros têm direito aos serviços de saúde sem discriminação.
Por sua dedicação e relevantes serviços à causa pública, recebeu condecorações ao longo da carreira.
Milton Segala Pauletto morreu dia 11 de dezembro, aos 93 anos, por complicações de câncer de cólon. Deixa esposa, duas filhas, uma neta e uma irmã.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de mortes
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.