Parque Augusta terá trilhas do século passado, redescobertas durante obras

Espaço deve ser entregue pela Prefeitura de São Paulo em 2020

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Antigas trilhas de passeio do século passado estão no projeto do parque Augusta, que deve ser entregue pela Prefeitura de São Paulo até junho do ano que vem. O projeto foi apresentado nesta sexta-feira (13).

O novo parque terá cinco entradas: dois portões na rua Augusta, dois na Caio Prado e um na Marquês de Paranaguá. 

Projeto do Parque Augusta
Projeto do Parque Augusta - Editoria de Arte

Além das trilhas, alguns dos itens previstos para a nova área de lazer da cidade são: cachorródromo, parque infantil, academia para terceira idade, redário e local para instalação de slacklines. 

De acordo com o promotor Sílvio Marques, que encabeçou o processo de acordo entre as partes, as obras de restauração estão em estágio avançado e mesmo os ativistas que acompanham o processo desconheciam as trilhas em meio ao futuro parque. As trilhas foram descobertas durante a retirada de terra de parte da área. 

O terreno pertencia às construtoras Cyrela e Setin. Após um longo processo de negociação, idas e vindas, as empresas doaram o espaço à Prefeitura de São Paulo para a construção do parque Augusta e receberam créditos para erguer novos empreendimentos na cidade.

Para as obras do parque, as duas empresas também desembolsaram R$ 10 milhões, diz o promotor.

Duas construções nos terrenos estão sendo restauradas: o portal, na rua Caio Prado, e a casa do bosque, tombados pelo patrimônio público.

Segundo o promotor, o muro do parque, na rua Augusta, ainda causa controvérsia com ativistas que desejam mantê-lo. "Alguns querem que ele seja restaurado e mantido, mas o órgão do patrimônio público não viu valor histórico e arquitetônico", diz.

Por dentro, o muro tem antigos arcos e teria tubulações, por baixo, que seriam para escoar água do terreno para a região da avenida Nove de Julho. 

No restante do parque será mantido um gradil, e o espaço funcionará como os demais parques da cidade, com horário para abrir e fechar.

"Uma coisa interessante é que já foi eleito um conselho para o parque e tivemos disputa", diz Marques, que acredita que o interesse da população pelo local é um bom sinal.

LUCRO DAS CONSTRUTORAS

As duas construtoras têm direito a um total de R$ 205,4 milhões em créditos, ante os R$ 110 milhões que gastaram para comprar e manter os terrenos, depois doados em acordo iniciado com João Doria e, posteriormente, finalizado pelo prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB.

O valor foi calculado com base na lei municipal que norteou o acordo e prevê contrapartida a proprietários privados de terrenos que aceitam doá-los para a cidade quando o interesse público é comprovado, como ocorreu no caso do parque. 

Essa contrapartida é dada em forma do chamado potencial construtivo passível de transferência, uma espécie de crédito tributário calculado a partir do tamanho do terreno. 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.