Prefeito Bruno Covas é encaminhado à UTI com sangramento no fígado

Tucano estava internado no hospital em SP para passar por sessão de quimioterapia

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio-Libanês nesta quarta-feira (11) após apresentar sangramento no fígado.

Ele está internado no hospital desde domingo (8) para passar por exames e também pela quarta sessão de quimioterapia de seu tratamento contra um câncer na região do estômago.

Na tarde de segunda-feira (9), foram instalados clipes no fígado de Covas para o acompanhamento da evolução da metástase que atinge o órgão. Na tarde desta quarta, o prefeito se queixou de dores fortes na região, e uma tomografia constatou o sangramento.

Covas, então, foi submetido a uma intervenção de duas horas, descrita pela equipe médica como “minimamente invasiva”, para estancar o sangramento e levado à UTI para observação.

Segundo boletim do hospital, Covas apresentou sangramento intra-hepático (no interior do fígado) durante procedimento para demarcação da lesão tumoral, que foi controlado por arteriografia (exame para visualizar as paredes das artérias) e embolização (injeção de substâncias para tentar diminuir ou bloquear o fluxo de sangue). David Uip, médico infectologista que tem acompanhado o caso, disse à Folha que foi uma situação “extremamente preocupante”, que exigiu ação rápida e mobilização de muitos profissionais, mas que agora parece estar controlada.

Ele também ressaltou que o sangramento foi um problema completamente mecânico, não relacionado a efeitos da quimioterapia, que, portanto, terá sua programação mantida —ou seja, oito sessões até fevereiro.

O prefeito, que tem 39 anos, foi internado no dia 23 de outubro, quando tratava de uma infecção de pele. No dia 28, ele recebeu diagnóstico de câncer localizado entre o estômago e o esôfago, com metástase no fígado e linfonodos comprometidos.

Covas já passou por quatro sessões de quimioterapia, a última delas entre terça (10) e quarta-feira (11). Elas têm duração aproximada de 30 horas. Desde que iniciou a quimioterapia, em outubro, Covas disse não ter sofrido com efeitos adversos como enjoo ou fraqueza. Na segunda-feira (9), os médicos  deram entrevista coletiva em que descreveram a reação do prefeito ao tratamento desde o final de outubro como “maravilhosa” e “auspiciosa”.

Explicaram que o prefeito havia sido submetido a três exames de imagem: endoscopia, ressonância magnética e pet scan (tomografia por emissão de pósitrons), e que ele precisará enfrentar mais quatro sessões de quimioterapia, com intervalo de 15 dias entre elas.

A endoscopia mostrou que no local em que havia o tumor há um processo de fibrose e cicatrização (o que não significa que não existam mais quaisquer células cancerígenas, mas que o corpo reagiu “da melhor maneira possível”, como disse o oncologista Túlio Pfiffer, e o câncer encolheu substantivamente).

A ressonância magnética e o pet scan revelaram que a metástase no fígado diminuiu, assim como os linfonodos comprometidos.

“No pet scan, vimos que a lesão hepática não só deixou de captar [açúcar, que é o contraste no exame] como diminuiu muito em volume. Embora a gente não possa dizer que todas as células tumorais estejam mortas naquele ponto, tivemos a regressão mais expressiva que se pode encontrar em um pet scan”, disse o oncologista Artur Katz

Os exames de sangue também evidenciaram a resposta positiva do corpo do prefeito. Um dos marcadores tumorais, chamado de CA 19-9, teve queda de 90% em relação ao valor medido antes do início da quimioterapia.

Mantida a programação, em fevereiro, com o fim do ciclo quimioterápico, os médicos avaliarão se novos procedimentos serão necessários, como mais sessões de quimioterapia ou uma cirurgia.

Covas intensificou sua agenda de reuniões no período de tratamento, tendo recebido secretários no hospital com frequência. Como pretende se candidatar à reeleição em 2020, também tem participado de compromissos para organizar sua campanha.​

Sobre a possibilidade de se afastar do cargo para se dedicar à recuperação, ele tem dito que tem a responsabilidade de ficar no comando da prefeitura enquanto possível e que terá a responsabilidade de deixar o cargo se precisar.

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