Vigilância sanitária lacra empresa fornecedora da Backer

Cervejaria enviou à Justiça vídeo que aponta possível fraude nos barris de monoetilenoglicol

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Geórgea Choucair
Belo Horizonte

A Vigilância Sanitária lacrou na tarde desta sexta-feira (17) a Imperquímica, empresa fornecedora do monoetilenoglicol para a cervejaria Backer. A substância descongelante, junto com o dietilenoglicol, foi encontrada em produtos da Backer e é apontada como causadora da síndrome nefroneural que já deixou quatro mortos em Minas Gerais.

A Backer, investigada por causa da contaminação, apresentou à Justiça um vídeo que aponta uma possível fraude nos barris de monoetilenoglicol adquiridos da Imperquímica. 

A Polícia Civil de Minas Gerais e o Ministério da Agricultura já haviam cumprido na véspera mandados de busca e apreensão na empresa química, localizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Documentos e produtos foram recolhidos e encaminhados para a perícia.

Mario Saveri, advogado da Imperquímica, afirma que a venda do produto para a Backer ocorria em tambores lacrados de 220 kg. “Como é uma empresa grande, eles nunca compraram fracionado”, diz. Ele declarou que a empresa não tem alvará para a venda fracionada —praticada com outros clientes menores, que compram volumes de 5kg a 30kg— e que isso teria levado à interdição.

Já o dietilenoglicol não integra o portfólio da empresa, afirmou Saveri.

Policiais fazem vistoria em empresa que fornece monoetilenoglicol à Backer, em Contagem (MG)
Policiais fazem vistoria em empresa que fornece monoetilenoglicol à Backer, em Contagem (MG) - Divulgação/Polícia Civil de MG

A Backer diz que o vídeo mostraria supostos indícios de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol, com as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol supostamente misturadas em um mesmo galão. 

O advogado Saveri, porém, nega essa versão e afirma que o que o material registra é a divisão das embalagens em porções menores,; 

A proprietária da Imperquímica, Patrícia Nogueira, disse à Folha que fornece monoetilenoglicol desde setembro de 2017 e que o vídeo teria sido gravado por um ex-funcionário que trabalhou na Imperquímica por um período de dez meses. “Ele já se desligou há um ano e nunca tivemos problemas com a Backer.”

Ela alega que o ex-funcionário teria usado o vídeo para reivindicar adicional de insalubridade e afirmou que o caso será investigado. 

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