Fila das creches fica abaixo de 10 mil pela 1ª vez em SP, anuncia gestão Covas

Crianças aguardando vaga passaram de 19.670, em 2018, para 9.670; número é o menor desde 2007

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São Paulo

A gestão Bruno Covas (PSDB) anunciou ter atingido pela primeira vez na série histórica uma fila para vagas em creches abaixo da casa de 10 mil crianças.

Segundo a Secretaria Municipal da Educação, a fila de em dezembro era de 9.670. Comparando com a mesma época de 2018, quando a demanda era de 19.670 vagas, a redução foi de 51%.

A criação de vagas para o ensino infantil é um dos principais trunfos nos quais a gestão de Covas aposta neste ano, quando ele tenta a reeleição.

Até agora, desde o começo da gestão iniciada por João Doria (PSDB) e continuada por ele, foram criadas 66,2 mil vagas em creches. O aumento de matrículas foi de 23% —de 284.179 para 350.422.

A fila atual é a menor da série histórica, que começa em 2007. A partir daquele ano, na gestão de Gilberto Kassab, foi aumentada a velocidade na ampliação de vagas em creche. A gestões de Fernando Haddad (PT) e a atual continuaram com ritmo intenso. 

A meta da administração atual é criar 85 mil vagas em creche. A gestão, porém, ainda não fala em zerar a espera por vagas. "A fila cresce ao longo do ano. Não é que chegou a 9.000 e o próximo semestre deve ser de 7.000 e depois de 5.000. O comportamento não é assim porque as crianças vão nascendo", diz o secretário de Educação, Bruno Caetano, que afirma que o grande desafio para este ano vai ser criar vagas de berçário. 

"Hoje existem crianças na rede com dez dias de vida. Por exemplo, mães que são faxineiras têm o parto e na semana seguinte procuram a prefeitura para deixar os filhos. E a gente recebe", diz Caetano.
Parte importante da fila atual é de crianças nessa faixa etária. Além dos nascimentos, há a chegada de crianças ao município por meio de novas ocupações habitacionais e pela imigração, o que torna difícil prever a necessidade de vagas para bebês.

Quando não conseguem vagas para as crianças nos equipamentos públicos, muitas mulheres param de trabalhar ou são obrigadas a deixá-las em creches improvisadas.

"A gente não comemora fila. A gente não está estourando o rojão porque tem 9.000 crianças na fila. Mas é preciso reconhecer que o esforço tem dado resultado, porque a fila tem diminuído", complementa o secretário. 

A gestão Covas tem apostado pesado na educação infantil como uma de suas vitrines. Para este ano, a previsão é de que o gasto nessa área seja de R$ 1 bilhão. 
Uma das novidades anunciadas pela gestão em 2019 foi a compra de vagas avulsas em entidades privadas para atender crianças na fila. 

Nesse caso, crianças em situação de vulnerabilidade poderão obter vagas em escolas particulares com valor de até R$ 727 por mês --valor máximo que é repassado às unidades conveniadas.
Além disso, foi criada uma bolsa de R$ 200, que atende atualmente 1.962 crianças que aguardam na fila e ainda não conseguiram uma vaga. 

Hoje, a prefeitura tem dois modelos principais de criação de vagas: as unidades próprias e as creches terceirizadas. Esse último modelo vive uma crise, uma vez que investigações descobriram uma máfia das creches na cidade de São Paulo, que desvia verba e até comida das unidades, escândalo revelado pela Folha.

Bruno Caetano afirma que a gestão não tem descuidado da qualidade para criar vagas mais rapidamente. Ele cita o aumento de exigências das entidades gestoras e a substituição dos responsáveis por mais de 170 unidades. 

As ações de fiscalização da prefeitura começaram no ano passado, após a Polícia Civil iniciar uma operação para apurar os desvios. 

Vereadores ligados à área de educação acusam a gestão de abandonar o modelo das creches diretas, que consideram ideal. A administração Covas, porém, refuta a afirmação. 

De acordo com a prefeitura, os 12 CEUs (Centros Educacionais Unificados) que serão entregues neste ano terão apenas vagas para educação infantil. As duas primeiras unidades serão inauguradas na Vila Alpina e no Parque do Carmo, ambos na zona leste, no início do ano. 

Essas serão as primeiras grandes obras entregues pelo prefeito no ano eleitoral. 

Em tratamento contra câncer, o tucano aposta nas entregas para melhorar a imagem em meio à corrida eleitoral. 

Até junho, a gestão planeja entregar o Vale do Anhangabaú reformado. Covas embalou um pacote de ações para dinamizar a região central. Os calçadões do centro histórico (região da Praça da Sé), do Centro Novo (próximos da praça da República) e do entorno do Mercado Municipal passarão por reformas abrangentes, com ampliação de calçadas, renovação da iluminação e plantio de árvores. 

Outra parte do caixa vai para zeladoria, onde o tucano prevê gastar em torno de R$ 3 bilhões em obras como de recapeamento e reforma de calçadas. O valor é o dobro do previsto no orçamento previsto para o ano passado.

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