João de Deus é condenado a 40 anos de prisão em regime fechado

É a terceira condenação do médium por estupros; penas somam mais de 63 anos

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São Paulo

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, 77, foi condenado nesta segunda-feira (20) a 40 anos de prisão em regime fechado por estupros cometidos contra cinco mulheres —duas do Rio de Janeiro, uma de São Paulo, uma de Brasília e outra do Rio Grande do Sul— durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).

A sentença é da juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da comarca do município. A defesa tem dez dias para entrar com recurso.

A magistrada considerou como atenuante a idade do réu. “Contudo, esse fator foi compensado por um agravante: ele cometeu a violência sexual em razão de seu ofício”, informou o tribunal. 

O médium João de Deus
O médium João de Deus - Walterson Rosa - 16.dez.2018/Folhapress
Essa é a terceira condenação do acusado. As penas somam 63 anos e quatro meses de reclusão. Já foram proferidas três sentenças de um total de 13. São 50 vítimas, no total. Destas, nove já tiveram os casos julgados. 

O réu está preso desde 16 de dezembro de 2018 no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ele responde, ainda, por outros nove crimes sexuais.

Em 19 de dezembro do ano passado, ele teve sua primeira condenação penal do tipo, a 19 anos e quatro meses de reclusão por quatro estupros.

Antes, já havia sido sentenciado a quatro anos de prisão por posse ilegal de arma de fogo. Contra ele há mais um processo por corrupção e por falsidade ideológica. 

O processo está em segredo de justiça para preservar as identidades e a privacidade das vítimas.

O caso veio à tona numa sexta-feira, 7 de dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, mostrou entrevistas de mulheres que afirmavam ter sofrido abusos no hospital espiritual em Abadiânia. 

Na segunda-feira seguinte, o Ministério Público de Goiás divulgou um email para receber denúncias de eventuais vítimas. Em um ano, o órgão recebeu cerca de 350 denúncias.

A maioria das mulheres contou que o médium as chamava para atendimento individualizado num cômodo nos fundos da Casa Dom Inácio, local em que teriam ocorrido as violações.

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