Antonio Alves de Aragão morreu aos 104 anos orgulhoso da vida que levou. Nascido na cidade de Souza, no Ceará, ele foi um dos afilhados do padre Cícero Romão (1844 - 1934), mais conhecido como Padim Ciço.
Nos anos 1950 deixou o Ceará rumo a São Paulo com a esposa e os três filhos. Na capital paulista trabalhou como taxista e depois como caminhoneiro, profissão que exerceu por muitos anos.
Ele se orgulhava de ter trabalhado carregando pedras para as obras construção da rodovia Presidente Dutra, uma das mais importantes estradas do país. A Dutra liga, justamente, o Ceará ao Rio Grande do Sul. São cerca de 4.480 km de comprimento.
Antonio Aragão era bom em fazer amigos. “Sempre bem humorado, sempre muito alto astral, ele conquistava todo mundo”, conta a bisneta Thais Lina Aragao Onaga de Carvalho.
Desde a juventude Antônio teve boa saúde.
Já mais velho, gostava muito de assistir a televisão. Um dos seus programas favoritos era o seriado mexicano "Chaves".
Mas também gostava dos noticiários policiais, como Cidade Alerta, porém, as reportagens que mostram a violência e os crimes cometidos no país o deixavam alarmado.
“Minha avó tinha 70 anos, mas ele continuava perguntando que horas ela voltaria para casa. Ele dizia para ela tomar cuidado, trancar a porta e não voltar tarde, porque era perigoso”, conta a bisneta.
Antonio Alves de Aragão viveu uma vida completa, com direito a um casamento de 50 anos, três filhos, oito netos e seis bisnetos. Talvez por isso tivesse a autoestima em dia, pois quando ouvia alguém dizer que ele estava bonito, tinha a resposta na ponta da língua: “sempre fui”.
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