Em seu apartamento cinquentenário no entorno da reitoria da UFPR (Universidade Federal do Paraná),
em Curitiba (PR), a professora Oksana Boruszenko recebia documentaristas, estudiosos, jornalistas e quem mais se interessasse em conhecer sua história, que se confundia com sua formação.
Oksana deixou a Ucrânia para morar no Brasil aos dez anos. Filha de engenheiro e professora, foi encorajada a estudar as origens, optando pela faculdade de História.
“Ela dizia que queria dar respostas às perguntas”, conta a irmã, Larissa, sobre a escolha profissional de Oky, como era chamada por amigos e familiares.
Atuou por 25 anos como professora na vizinha UFPR. Concluiu em 1972 o doutorado em História Eslava na Universidade de Munique, na Alemanha, e foi professora visitante em instituições da Argentina, Canadá e Estados Unidos.
Na atividade científica, dedicou-se especialmente ao berço ucraniano, publicando mais de 50 trabalhos sobre o tema.
Foi uma das primeiras a documentar quem eram os ucranianos no Brasil e suas contribuições para a formação do país e em especial do Paraná.
Pela irmã a professora perpetuou a família. Tinha no filho, nora e neto de Larissa sua descendência.
A pedido da amiga Eugenia Mazepa, morta há 19 anos, adotou a filha dela, Ana Maria Mazepa, a Hanucha.
O que poucos sabiam, porém, é que ela havia nascido em Varsóvia, na Polônia, onde os pais encontraram o hospital mais próximo durante a fuga dos horrores do início da guerra.
Oksana Olga Boruszenko morreu no dia 3 de janeiro, aos 80 anos, de parada cardiorrespiratória. Deixa o sobrinho Alexandre, casado com Rosi, a quem tinha como filhos; o filho deles, Arthur; a irmã Larissa; e a “filhinha” Hanucha.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Veja os anúncios de mortes
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.