A polícia investiga um esquema de roubo e revenda de patinetes elétricas em São Paulo que seria liderado por funcionários e colaboradores da Grow (fusão entre as marcas Yellow e Grin).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em oito endereços ligados a sete suspeitos nesta quarta (22).
De acordo com o delegado Cesar Basso, do 50° DP (Itaim Paulista), agentes apreenderam seis patinetes, carregadores do equipamento, duas réplicas de pistola e munição. Ele estima que ao menos 30 patinetes tenham sido roubados pelo grupo.
Um dos suspeitos, Felipe Muller, 28, foi conduzido à delegacia para prestar depoimento e indiciado por furto duplamente qualificado e associação criminosa após admitir participação no esquema. Ele não foi preso. Segundo o delegado, Muller trabalhava em galpão no bairro do Limão.
A polícia ainda ouvirá os outros seis suspeitos. Um engenheiro também foi até a delegacia para analisar os equipamentos apreendidos.
Os suspeitos seriam funcionários e colaboradores que atuavam nos galpões onde os equipamentos ficam armazenados. Eles roubavam a patinete (geralmente, na rua), desabilitavam o sistema de rastreamento, faziam a descaracterização e anunciavam em sites de compra e venda online por até R$ 950.
A empresa iniciou uma investigação interna sobre o esquema após um ex-funcionário, Tiago Souza, 31, ter sido preso em flagrante duas vezes (em novembro e dezembro do ano passado) com cinco patinetes. Foram ouvidos funcionários dos galpões, que relataram ter conhecimento do esquema.
Após a apuração, solicitaram à polícia a abertura de um inquérito sobre o caso.
A reportagem não localizou a defesa dos indiciados para comentar o caso. Em nota, a Grow informa que “está colaborando com a polícia e tomará as medidas cabíveis quando as investigações forem encerradas.”
Desde esta quarta, patinetes e bicicletas da Grow passaram a deixar de ser oferecidas em várias cidades brasileiras. As patinetes com selo Grin saem de 14 municípios (São Paulo não está incluso).
Já o serviço de empréstimo das bicicletas Yellow está suspenso de forma temporária em todas as cidades nas quais podem ser encontradas no país. A justificativa da empresa é de que serão submetidas a processo de checagem e verificação das condições de operação e segurança. Daí, vão para manutenção ou reciclagem.
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