Bolsonaro diz que 'implodiu' Inmetro por mudança em tacógrafos que afetariam taxistas

'Não temos que atrapalhar a vida dos outros, é facilitar a vida de quem produz', disse o presidente, que passa o Carnaval em Guarujá (SP)

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Gilmar Alves Jr.
Guarujá (SP)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (22), em Guarujá (no litoral de SP), onde passa o Carnaval, que "implodiu" o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), ao comentar a demissão da então presidente do órgão, Angela Flores Furtado, e de "meia dúzia", segundo ele, de integrantes da diretoria.

A exoneração de Angela foi publicada no Diário Oficial da União na última segunda-feira (17). 

"Mandei todo mundo embora. Por quê? Há poucos meses assinaram portaria para troca de tacógrafos. Começou no Rio, não sei se veio para São Paulo, trocar todos os taxímetros. Por quê? R$ 400 cada um. Os tacógrafos, R$ 1.900. Multipliquem por milhões de veículos que têm tacógrafos. Táxi, só no Rio, 40 mil. Não temos que atrapalhar a vida dos outros, é facilitar a vida de quem produz. Os novos taxímetros, faça diferente. Os novos tacógrafos, tudo bem. Agora, tirar do pessoal, trocar, não", afirmou. 

 
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O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares na entrada do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral sul de São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

As declarações foram dadas a uma jornalista da TV Record na porta de um mercado visitado por Bolsonaro durante a manhã e foram transmitidas ao vivo em suas redes sociais. 

O novo presidente do Inmetro é o coronel do Exército Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior. Ele tem graduação em ciências militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e em engenharia de fortificação e construção pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). 

"A imprensa diz que eu botei um coronel. Não é [somente] um coronel, é um cara formado pelo IME. [...] Conversei com ele, vai me dar um relatório toda semana. E quero um Inmetro realmente trabalhando para o Brasil, para o empresariado e para o consumidor", afirmou. 

Quando questionado pela repórter sobre a quantidade de pessoas demitidas no Inmetro, o presidente disse, após citar o número, que não estava acusando "ninguém de fazer nada errado", mas mencionou que a presidente foi demitida "pelo excesso de zelo". "Complicou para eu engolir essa iniciativa dela."

Em nota, o Inmetro afirmou que "portarias recentes estão em avaliação pela Presidência, assim como a composição da diretoria para a nova gestão".

CEARENSE

Ao deixar pela manhã o Forte das Andradas, onde está hospedado, o presidente foi a duas padarias e a dois mercados da cidade, onde conversou com diversos apoiadores e tirou fotos. 

Ele pediu que sua equipe gravasse o momento em que ele atendia um homem que usava um chapéu de vaqueiro nordestino e que foi colocado pelo presidente. 

O presidente, vestindo um chapéu de vaqueiro nordestino, sorri para apoiadores ao lado de um homem que sorri e tira uma selfie
O presidente Jair Bolsonaro atende apoiadores em comércios de Guarujá, no litoral de SP, onde passa o Carnaval - Jair Bolsonaro no Facebook

"Dá o show do Ceará aqui. Flagra o show. Por que que todo cearense tem cabeça grande?", disse. 

Bolsonaro deixou o Forte às 9h45 e retornou às 11h30, falando rapidamente com os jornalistas e cumprimentando apoiadores que o aguardavam.

À noite, o presidente comentou a declaração sobre cearenses em entrevista a uma repórter da TV Tribuna, afiliada da Globo. “A Folha de S.Paulo já está botando que eu estou ofendendo cearense. Daqui para frente, cearense tem cabeça pequena. Pronto”, disse Bolsonaro na saída de uma pizzaria.

Antes ele esteve no Iate Clube de Santos, que fica em Guarujá. O retorno ao Forte dos Andradas ocorreu pouco antes das 21h30.

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