Descrição de chapéu Alalaô

Galo promete arrastar 2 milhões de pessoas pelas ruas centrais do Recife

Em seu 43º desfile, tradicional bloco pernambucano tem 30 trios elétricos e várias atrações

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Wilfred Gadêlha
Recife

Desde 1978, um bloco é sinônimo do Carnaval de Pernambuco. Mais que isso, o Galo da Madrugada, que realiza na manhã deste sábado (22) o seu 43º desfile, virou um orgulho do povo pernambucano. Não é à toa: 30 trios elétricos e uma multidão estimada em 2 milhões de pessoas devem ocupar as ruas de seis bairros centrais do Recife.

Após um concorrido café da manhã, o Galo sai da Travessa do Forte, no bairro de São José às 9h, e percorre outras 14 ruas e avenidas até chegar à rua do Imperador, em Santo Antônio, onde ocorre a dispersão, por volta das 15h. Ao todo, são 6 quilômetros de percurso.

Galo gigante na ponte Duarte Coelho
Galo gigante na ponte Duarte Coelho - Jan Ribeiro/Secult PE/Fundarpe

A megalomania do Galo veio se formando ao longo dos anos. Nem mesmo a descentralização dos festejos na capital, com 46 polos espalhados por bairros em todo o Recife ou o atrativo de uma vizinha Olinda mais “tranquila”, diminuiu o afeto que o folião de todas as partes do estado tem pela agremiação.

Para alimentar essa paixão, o bloco vai contar com nomes que mesclam o tradicional frevo com atrações de fora como Pablo Vittar, Elba Ramalho, Marcelo Falcão, Maestro Spok, Margareth Menezes, Caju e Castanha, Almir Rouche, Fafá de Belém, Asas da América e Quinteto Violado, entre outros.

Neste ano, o Galo, como vem fazendo nos Carnavais anteriores, tem um homenageado, o xilogravurista J. Borges, de Bezerros, cidade do Agreste conhecida como a Terra dos Papangus --mascarados coloridos que fazem um das festas mais líricas a cerca de 110 km do Recife.

Com o tema “Xilogravura do Cordel no Frevo”, o bloco vem com seis carros alegóricos, todos desenhados pelo cenógrafo Ary Nóbrega. 

Também serão homenageados o embolador Mestre Galo Preto, as indígenas Carmem Fulni-ô, Jaqueline Xukuru e Cléo Pankararu, que representam a ancestralidade cultural do Estado, e Caju e Castanha, dupla de emboladores reconhecida internacionalmente, além do poeta e xilogravurista Mestre Dila de Caruaru, que morreu em dezembro do ano passado.

POLÍTICA

Desde o início da década, após pressão da sociedade, não há mais camarotes oficiais da Prefeitura do Recife nem do governo do estado. Em ano eleitoral, os políticos devem ser vistos no espaço oficial do Galo. Estão confirmadas as presenças do governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio, ambos do PSB e herdeiros do falecido ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em agosto de 2014, quando era candidato a presidente. 

Entre os pré-candidatos à sucessão de Geraldo Julio são esperados o deputado federal João Campos (PSB), filho do ex-governador, junto com a deputada federal pedetista Tabata Amaral (SP), sua namorada. O ex-ministro da Educação do governo Michel Temer e ex-governador Mendonça Filho (DEM) também irá ao camarote oficial.

Já a deputada federal Marília Arraes, pré-candidata do PT, fará o percurso a pé. Segundo ela, não recebeu convite da diretoria do bloco para o camarote.

TECNOLOGIA 

Alvo de várias polêmicas nos últimos anos, a escultura gigante do animal que dá nome ao considerado pelo Guinness --Livro dos Recordes-- como o maior do mundo já está de pé na Ponte Duarte Coelho. Medindo 28 metros de altura e pesando 7 toneladas, a obra do escultor Leopoldo Nóbrega apostou na tecnologia aliada à tradição circense.

O Galo gigante tem 32 painéis de LED e também outros pontos luminosos. Parte da matéria-prima veio de vinis usados, descartados pela indústria fonogŕafica local.

SUSTENTABILIDADE 

Outro destaque deste desfile é a preocupação com o meio ambiente. Cerca de 400 catadores de resíduos estarão posicionados ao longo do percurso. Ainda farão parte do abre-alas um time de recicladores, que terão a cantora baiana Margareth Menezes em cima do Trio da Sustentabilidade.

De acordo com a diretoria do Galo, a agremiação vai compensar o CO2 emitido por trios, geradores e camarotes oficiais com o plantio de árvores remanescentes da mata atlântica.

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