A preocupação com a informação de qualidade colocou o infectologista e clínico geral Celso Tavares perto da imprensa inúmeras vezes.
“Amplificar seus conhecimentos em medicina e ciência era uma forma de orientar a população. Vi o quanto meu pai estudou e trabalhou para melhorar a vida da sociedade e espero que isso não morra com ele”, diz o filho, o músico Tiago César Godoi, 36.
Nasceu em Penedo (AL), às margens do rio São Francisco. Perdeu o pai aos dez anos. Sua mãe costurava para sustentá-lo e aos dois irmãos.
Passou no vestibular para medicina na Ufal (Universidade Federal de Alagoas) e depois fez especialização na USP, onde conheceu a esposa, a nutricionista Elza Maria da Silva Tavares. Casaram-se em Minas Gerais, mas optaram por morar em Maceió (AL). O casal tem três filhos -dois deles adotados.
Na Ufal, de aluno virou professor. Foi assessor técnico em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Secretaria Estadual da Saúde de Alagoas, coordenador-geral de epidemiologia de Maceió e membro da Câmara Técnica de Infectologia do CRM (Conselho Regional de Medicina) de Alagoas.
Quando Tiago contraiu dengue hemorrágica, o amor de pai misturou-se ao do médico. “Ele não permitiu que outro médico cuidasse de mim. Ficou o tempo inteiro ao meu lado. Meu pai me salvou”, conta.
Ávido combatente das fake news, Celso destinava parte de seu tempo às pesquisas contra os boatos na área da saúde e informava ex-alunos, amigos e quem mais desejasse receber seus conhecimentos.
Celso Tavares morreu dia 9 de fevereiro, aos 66, de embolia pulmonar. Deixa esposa, três filhos e uma neta.
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