Nem sempre o relógio favorece o curso da vida.
Não houve tempo para que a agente de higiene Keylla de Oliveira Moreira Quintiliano, 27, recebesse o álbum de fotos do seu casamento com o autônomo Fábio Luís Quintiliano Moreira, 31.
Keylla morreu 40 dias após oficializar a união com o grande amor de sua vida. Foram nove anos de namoro e um casamento planejado.
O casal tentaria programar o nascimento do primeiro filho para junho de 2021, mês de aniversário dos dois. Depois, pensariam na casa própria.
Keylla nasceu em São Paulo e era representante das mulheres batalhadoras da grande metrópole. Saía de casa às 3h40 para trabalhar e retornava por volta de 21h. Depois, tinha os afazeres do lar.
Durante dez anos, cuidou da irmã caçula para que sua mãe pudesse trabalhar. Mimou a criança, a ponto de realizar todas as suas vontades.
“Todo mundo tem defeitos, mas eu não os vejo em minha filha. Ela era perfeita, uma pessoa maravilhosa, humilde, generosa, a filha exemplar que qualquer um gostaria de ter”, diz a mãe, a faxineira Kelly Cristina de Oliveira, 46.
Educada e respeitosa, Keylla tinha o dom de encantar. Sempre de bom humor, cativava a todos.
Diariamente, o marido a acompanhava ao ponto de ônibus. Um dia, ela desmaiou e ao invés de ir ao trabalho seguiu para o hospital, de onde não saiu com vida.
“A Keylla nos ensinou a dar valor à vida e deu lições sobre compaixão”, diz a mãe.
Keylla de Oliveira Moreira Quintiliano morreu dia 28 de janeiro, aos 27 anos, após sofrer parada cardíaca. Deixa o marido, os pais e três irmãos.
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