Projeto que cria Parque do Bexiga é aprovado na Câmara de SP

De autoria do vereador Gilberto Natalini (PV) e coautoria de 26 vereadores, projeto deverá ser sancionado ou não pelo prefeito Bruno Covas

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São Paulo

O projeto de lei que cria o Parque Municipal Bexiga, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV) e coautoria de 26 vereadores, foi aprovado em segundo turno, por unanimidade, nesta quinta-feira (13) na Câmara Municipal de São Paulo.

Caberá ao prefeito Bruno Covas (PSDB) vetar ou sancionar o projeto. Sua aprovação em primeira votação ocorreu em setembro de 2019.

“É um parque muito ansiado pela população do Bexiga. Tem toda uma parte cultural, com arena de teatro, uma parte educativa, que é o viveiro de plantação de muda, e espaços para convívio de idosos e da população”, disse Natalini.

Há 40 anos, o terreno onde será construído o parque —localizado entre as ruas Jaceguai, Abolição, Japurá e Santo Amaro— é centro de uma disputa entre o diretor do Teatro Oficina Uzyna Uzona, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, e o Grupo Silvio Santos, que pretendia construir três prédios de até 100 metros de altura na região. 

Croqui mostra estudo preliminar para o Teatro-Parque do Rio Bexiga ou simplesmente parque do Rio Bexiga
Croqui mostra estudo preliminar para o Teatro-Parque do Rio Bexiga ou simplesmente parque do Rio Bexiga - Divulgação

Segundo especialistas contratados pelo teatro, a obra prejudicaria o local, que é tombado desde 2010 pelo patrimônio histórico em grau municipal, estadual e federal.

O projeto do Grupo Silvio Santos chegou a ser aprovado pelos três órgãos de patrimônio, Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Segundo a arquiteta Marília Gallmeister, com a construção dos condomínios o Teatro Oficina teria luz natural por apenas duas horas por dia. 

O projeto previa mil apartamentos com mil vagas de garagem e alguns andares de subsolo, que poderiam atingir não só o rio que corre abaixo do terreno, mas o lençol freático que está a quatro metros do solo.

Entre as justificativas do projeto está a importância de preservar um local que marca a história do bairro.

Além disso, o texto diz que o Bexiga precisa de espaços públicos para fomentar a convivência entre as pessoas e a natureza.

O texto afirma ainda que o parque contribuirá para revelar a arquitetura do Teatro Oficina, que se torna equipamento cultural integrado, amplificando a vida cultural.

O prédio atual do Teatro Oficina foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi em 1992 e inaugurado em 1993.

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