Temporal interrompe circulação de trens, viagens da rodoviária e atrasa voos nos aeroportos de SP

Algumas linhas de ônibus intermunicipais também suspenderam a operação; Metrô funciona normalmente

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São Paulo

A manhã caótica de chuvas e alagamentos na Grande São Paulo, com mais de 978 pontos de enchentes, interrompeu a circulação de trens, travou linhas de ônibus, e a saída e chegada aos terminais rodoviários. Também atrasou e cancelou voos nos aeroportos.

As linhas do metrô da capital paulista foram as menos afetadas e operaram sem restrição.

Já a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) as chuvas causaram impacto na operação dos trens das linhas 7-Rubi, 8-Diamante e 9-Esmeralda.

Desde às 4h, início da operação, os trens da linha 9-Esmeralda circulam apenas entre as estações Grajaú e Santo Amaro. No restante do trecho há vários pontos de alagamentos, impossibilitando a circulação. O Paese (ônibus gratuito) foi acionado para atender os passageiros no trecho afetado.

A Linha 8-Diamante iniciou a operação com trens circulando de Júlio Prestes até a Estação Comandante Sampaio. Já no trecho entre as estações Comandante Sampaio e Itapevi, os trens não circularam até por volta das 9h, quando a água abaixou e a operação foi retomada em toda a linha.

Por volta das 9h20, houve interferências nos fios da rede elétrica que alimentam os trens da Linha 7-Rubi entre as estações Jaraguá e Vila Aurora. Os trens circulam com velocidade reduzida no trecho e as equipes de manutenção trabalham no local, segundo a CPTM.

Os ônibus da EMTU têm circulação restrita e atrasos, já que as linhas que vêm de Guarulhos e da zona oeste passam próximo às marginais dos rios Tietê e Pinheiros, intransitáveis.

Há problemas nos municípios de São Paulo, Taboão da Serra, Osasco, Itapevi, Barueri e Santana de Parnaíba. As linhas operam com atrasos de aproximadamente uma hora devido a alagamentos nas cidades de Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba e Itapevi.

O Terminal Taboão, em Guarulhos, está alagado e com operação suspensa. São 80 linhas prejudicadas de Guarulhos para o Metrô Armênia e Terminal Tietê e 120 linhas prejudicadas na região de Osasco.

Já o Metrô e o VLT da Baixada Santista operam normalmente.

Em três horas de chuva densa, o volume do rio Pinheiros atingiu o maior nível desde que o governo começou a monitorar o sistema, em 1967, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado.

O rio chegou a 719,6 metros em relação à altitude do nível do mar, de acordo com a pasta. Até então, o recorde era de 719 metros, registrado durante a forte chuva que atingiu a cidade em 2005.

Quem pretendia sair da capital paulista pela rodoviária também não conseguiu. No terminal Tietê, o principal, foram suspensas ao menos 364 partidas de ônibus programadas. Já na rodoviária da Barra Funda, ao menos 91 partidas foram canceladas. 

Segundo a concessionária que administra os terminais, os passageiros devem checar as informações sobre remarcação de passagens diretamente com as empresas de ônibus.

Os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, na zona sul da cidade, estão abertos, mas muitos passageiros e tripulantes não conseguiram chegar a tempo do voo. 

Em Cumbica, 28 voos foram cancelados, 40 pousos e decolagens atrasaram e 21 voos foram alternados para outros aeroportos.

A concessionária GRU Airport recomenda aos passageiros que confirmem a partida com as companhias aéreas. 

Já o aeroporto de Congonhas teve 26 atrasos e 10 cancelamentos.

Passageiros de voos marcados para esta segunda-feira e que não consigam chegar a tempo poderão pedir reembolso ou remarcar seus voos sem custo, segundo as companhias aéreas Azul e Latam. Já a Gol informou que está remarcando bilhetes sem custo.

De acordo com a Azul, os passageiros poderão optar por remarcar os voos para mais tarde nesta mesma segunda ou para terça-feira. Quem desistir de viajar também poderá solicitar o reembolso integral. Já os passageiros de voos cancelados serão reacomodados em outros voos da própria companhia.

Segundo a Latam, passageiros de voos cancelados ou reprogramados poderão alterar a data do voo sem cobrança de multa ou diferença tarifária, desde que dentro da vigência do bilhete. É possível também alterar a origem e/ou o destino do voo, também dentro do período da vigência do bilhete, mas sujeito a diferença tarifária. Os passageiros também podem optar por pedir o reembolso integral do bilhete.

Já os passageiros que não tiveram seus voos cancelados, mas tiveram problemas para chegar aos aeroportos, poderão alterar a data do voo da Latam para os próximos 15 dias, sem cobrança de multa ou diferença tarifária; alterar origem ou destino do voo sem cobrança de multa mas sujeito a diferença tarifária e dentro do período de vigência do bilhete; ou solicitar o reembolso integral.

A Gol informou que alguns voos precisaram ser cancelados ou sofreram atrasos, e que está prestando assistência aos clientes. Segundo a companhia, os bilhetes de passageiros impactados nesta segunda-feira podem ser remarcados sem custo —tanto no caso de quem teve voos atrasados ou cancelados, como para quem não conseguiu chegar aos aeroportos por conta dos transtornos causados pelas chuvas.

Várias rodovias estão bloqueadas pela água. Desde o início da manhã, a Castello Branco está intransitável em alguns trechos. Os motoristas não conseguem acessar a rodovia entre o km 13 e 15, tanto no sentido do interior quanto na chegada à capital.

Isso porque estão debaixo de água partes das duas marginais, Pinheiros e Tietê, por causa do transbordamento do rio Pinheiros, junto a ponte Cidade Universitária e ponte do Jaguaré, e do rio Tietê, junto a ponte do Piqueri no sentido Castello Branco/Ayrton Senna.

A Ayrton Senna também tem dois bloqueios, segundo a Ecopistas, concessionária que administra o corredor, para dar fluidez ao tráfego e reforçar a segurança dos motoristas devido ao risco de transbordamento do rio Tietê entre o km 18 e o km 11, sentido São Paulo.

O primeiro ocorre na pista expressa do km 21 da rodovia, no sentido de São Paulo, para que os veículos sigam viagem pela pista marginal da via. O segundo bloqueio, na mesma rodovia e sentido, está na altura do km 19 da pista marginal para que os condutores sejam encaminhados para a rodovia Hélio Smidt, onde, então, poderão acessar a rodovia Presidente Dutra no sentido do interior e, posteriormente, podem acessar Rodoanel.

As vias serão liberadas assim que o nível da água diminuir e os pontos de alagamentos acabarem, informa a Ecopistas.

Está interditado ainda o km 36 da rodovia Anhanguera, na região de Cajamar, no sentido norte, e interdição total nos dois sentidos da rodovia Marechal Rondon, na região de Botucatu, entre o km 236 ao km 240, e do km 229 ao km 232. Houve queda de talude e afundamento da cabeceira da pista.  

De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a cidade de São Paulo registrou entre a tarde de domingo (9) e a manhã desta segunda o segundo maior volume de chuva em 24 horas no mês de fevereiro dos últimos 77 anos. 

​Entre 9h de domingo e as 9h desta segunda, choveu na capital paulista 114 mm. Considerando todos os meses do ano, o volume foi o oitavo maior acumulado da história.

Entre meia-noite e 15h, o Corpo de Bombeiros já havia recebido mais de 7.600 chamadas apenas na capital e Grande São Paulo para atender 915 ocorrências de enchentes, 163 de desmoronamentos e 170 relacionadas a quedas de árvores. Ainda houve quatro resgates, três deslocamentos para hemodiálises, um apoio em desmoronamento e oito voos com o helicóptero Águia.

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