Casos de dengue avançam 72% em um ano, e ministério cria comitê para monitorar crescimento

Brasil registra 182 mil casos da doença, com 32 mortes; no mesmo período de 2019, eram 106 mil

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Brasília

Longe do centro dos debates em meio ao alerta para o novo coronavírus, a dengue tem crescido neste ano e já soma mais de 181 mil casos, segundo balanço do Ministério da Saúde.

Os dados representam um aumento de 72% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número, porém, pode ser maior, uma vez que considera apenas os registros até 15 de fevereiro.

O avanço da doença já leva o Ministério da Saúde a preparar um comitê de operações de emergência para arboviroses, categoria que engloba doenças como dengue, chikungunya e zika.

A ideia é discutir estratégias de combate à doença. A previsão é que o centro seja ativado na segunda-feira (9). Entre as arboviroses, no entanto, a dengue é que tem gerado maior alerta.

Segundo especialistas, a previsão é que a dengue leve a uma epidemia maior do que a registrada no último ano, quando o Brasil atingiu 1,5 milhão de casos, o segundo maior número da série histórica.

Neste ano, ao menos 20 estados já apresentam crescimento da dengue. O estado com maior número de registros é São Paulo, com 61 mil casos até o momento, um aumento também de 72% em relação ao mesmo período de 2019.

Já os estados com maior número de casos em comparação à população são o Paraná, Mato Grosso do Sul e Acre. Neles, a incidência já supera 300 casos a cada 100 mil habitantes, patamar que pode ser avaliado como epidêmico.

Balanço do ministério mostra ainda que já há 32 mortes confirmadas. Até metade de fevereiro do ano passado, eram 16 registros.

De acordo com especialistas, o avanço da dengue já era esperado por causa da mudança, no último ano, no sorotipo predominante de vírus da dengue em circulação, o qual passou a ser o tipo 2 —entre quatro existentes.

Esse sorotipo já responde por cerca de 80% das amostras em monitoramento. A última vez que esse sorotipo havia circulado com mais força foi em 2008, o que indica a possibilidade de que haja mais pessoas suscetíveis à doença.

A situação já levou a uma alta da doença no último ano em algumas regiões do país. Outras, porém, tiveram baixo número de casos –são essas que estariam mais vulneráveis neste ano caso haja aumento na circulação do vírus.

Na contramão do avanço da dengue, o Brasil tem registrado queda nos registros de chikungunya e zika, outras duas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Até fevereiro, eram 5.980 casos de chikungunya, contra 7.257 no mesmo intervalo do ano anterior. Alguns estados, no entanto, registram aumento de casos —caso do Espírito Santo.O país também soma 579 casos de zika. Para esta, porém, os registros tiveram queda de 52% em relação ao mesmo período do ano passado.

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