Encontrado corpo do segundo bombeiro morto em soterramento em Guarujá

Marciel de Souza Batalha morreu ao tentar resgatar mãe e bebê vítimas de temporal na Baixada Santista

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São Paulo

As equipes de buscas que atuam em Guarujá, na Baixada Santista, localizaram na noite desta segunda-feira (9) o corpo do cabo Marciel de Souza Batalha, 46, soterrado na madrugada do dia 3 de março ao tentar resgatar um bebê e sua mãe no Morro do Macaco Molhado.

Ele é o segundo bombeiro morto nos deslizamentos de terra que ocorreram durante um forte temporal que atingiu a região. O primeiro, o cabo Rogério de Moraes Santos, 43, foi encontrado morto logo após o soterramento.

As vítimas que eles tentavam salvar também morreram soterradas. Os dois faziam parte do 6º Grupamento de Bombeiros, localizado em Santos.

Segundo a Defesa Civil do estado de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), 43 vítimas foram localizadas até agora e 35 continuam desaparecidas. As mortes e desaparecimentos ocorreram em uarujá (32 mortes e 35 desaparecidos), Santos (oito mortes) e São Vicente (três mortes).

Além disso, 328 pessoas estão desabrigadas em Guarujá e 185 em Santos.

O Corpo de Bombeiros lamentou, em nota, a morte do cabo Batalha. Em luto, a corporação citou que o corpo foi encontrado vésperas dos bombeiros de São Paulo completarem 140 anos de existência.

Batalha era formado em educação física, tinha uma filha de 15 anos e casou em junho do ano passado com Vanessa Alonso.

A morte dele foi lamentada por políticos como o senador Major Olímpio (PSL-SP) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido-SP).

"Foi o primeiro a chegar e o último a sair", escreveu Major Olímpio nas redes sociais. "Nossos heróis não morreram de overdose, morreram com honra tentando salvar outras vidas", disse Eduardo Bolsonaro.

Nas redes sociais do bombeiro é possível ver várias postagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Há inclusive uma foto dele ao lado do presidente.

Voluntários e bombeiros durante as buscas por desaparecidos em Guarujá - Eduardo Anizelli/Folhapress

As buscas pelos desaparecidos continuam na Baixada Santista. Nesta segunda-feira, representantes da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, do Instituto Geológico e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas reuniram-se para analisar as consequências do temporal da semana passada.

Equipes do Instituto Geológico e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas trabalham nas avaliações das áreas afetadas e no monitoramento do risco nos locais de buscas.

A procura dos desaparecidos e a ajuda aos desabrigados conta com a participação de dezenas de voluntários, que fazem mutirão e receberam luvas, capacetes e baldes da Defesa Civil.

As vítimas do temporal também estão recebendo doações de colchões, cobertores, cestas básicas, roupas, água sanitária, kits de limpeza, kits de higiene e água potável. Até agora chegaram 32 toneladas de materiais na Baixada Santista. Eles ficam sob a responsabilidade do Fundo Social de Santos e são distribuídos de acordo com solicitações de defesas civis municipais.

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