Borboleta foi a primeira palavra pronunciada pelo jornalista, escritor e roteirista Bruno Lima Penido quando criança, segundo conta a amiga e jornalista Cíntia Cardoso, 43. “Acho que ele já mostrava sensibilidade e curiosidade em relação à vida”, diz ela.
Bruno amou as palavras, o jornalismo, a teledramaturgia, a poesia. Brincou com as formas de fazer arte e mergulhou nos dons que escolheu desenvolver ao longo da vida.
Ele nasceu em Belo Horizonte (MG), onde estudou direito e jornalismo. Em 2001, fez parte da turma de trainees da Folha, a mesma de Cíntia. Os dois construíram uma amizade tão forte que nem a mudança dela para a Suíça os separou.
Durante seis anos, foi repórter da Folha. Em 2006 e 2007, foi correspondente do jornal em Buenos Aires.
“O Bruno tinha um olhar especial para os necessitados e fez jornalismo para dar voz a esse povo. Ele se preocupava com a desigualdade, os excluídos e marginalizados”, diz Cíntia.
Depois ele se mudou mudou para o Rio de Janeiro —lá trabalhou na Globo News e integrou o núcleo de roteiristas da TV Globo.
Apaixonado por teledramaturgia, foi autor colaborador de Walcyr Carrasco em "Verdades Secretas" (2015), escreveu o seriado "A Cara do Pai" (2016-2017), com Daniel Adjafre, e "Malhação: Viva a Diferença" (2017) com Cao Hamburger.
Bruno também escreveu poemas, contos, crônicas e um livro, “Mordidas por Dentro”, lançado recentemente pela editora Instante.
Um dia antes de morrer ele disse à Cíntia que a crise provocada pela pandemia de coronavírus era um momento transitório e iria passar. Depois, mandou o emoji que simboliza o Sol.
Bruno Lima Penido morreu dia 20 de março, aos 41 anos. Deixa os pais Luana e Márcio, a avó Dora, o irmão Marcelo e a cachorrinha Luna.
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