Músico de 43 anos é a segunda vítima do coronavírus no AM

Tecladista, líder de banda popular em Manaus, estava sendo tratado com cloroquina

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Manaus

Um líder de sorriso aberto, fundador de uma das bandas de baile mais populares de Manaus e que não faltava ao trabalho por motivo de doença. A morte do tecladista Robson de Souza Lopes, 43, após dez dias internado na UTI, entristeceu e pegou de surpresa amigos, colegas de trabalho e familiares.

Binho Lopes, como era mais conhecido, morreu na noite desta segunda-feira (30) no Hospital Delphina Aziz, reservado exclusivamente para casos de coronavírus. O músico é a terceira vítima do coronavírus no Amazonas. Casado há 20 anos, deixa dois filhos.

“O Binho tinha muita saúde. É uma incógnita tão grande que ele tenha deixado a gente”, diz a cantora Magda Loiana Silva dos Santos, 27, que, a convite do tecladista, entrou há cinco anos na banda Joy. Com 15 membros, o grupo se apresenta em casamentos, confraternizações, formaturas e outros eventos.

Sem comorbidade, o músco relatou apenas asma na infância, mas era obeso, o que tem sido considerado fator de risco.De acordo com nota do governo do Amazonas, Binho relatou ter se sentido os primeiros sintomas após uma reunião de negócios com pessoas provenientes de São Paulo. "Ele foi internado apresentando grande acometimento pulmonar, com necessidade de manobras para melhorar a ventilação.”

O músico era um dos pacientes que vinham sendo tratados de forma experimental com cloroquina, medicamento bastante conhecido pelos médicos do Amazonas por ser usado contra a malária, doença endêmica na Amazônia.

Além de Binho, havia na segunda-feira outros dez infectados por coronavírus em UTIs em Manaus, a única cidade do estado com esse recurso.

A amiga e companheira de trabalho descreve Binho como uma pessoa alegre e generosa. “Estava sempre com um sorriso. Eu não trabalhava com ele, a gente se divertia. Era como se fosse um encontro de amigos para alegrar a festa de alguém.”

Santos diz que Binho nunca faltou ao trabalho por doença, apesar da rotina cansativa de dormir pouco, montar os equipamentos e depois se apresentar por cerca de 4 horas.

Sobre a posição do presidente Jair Bolsonaro, contrário a medidas rígidas de isolamento, a cantora afirmou: “É muito difícil estar no lugar do presidente. Tudo o que ele falar vai ter sempre prós e contras. Mas fico triste como ele se posiciona, com um pouco de descaso. A forma dói. O primordial é a vida”.

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