Descrição de chapéu Coronavírus

SP vai barrar acesso de pessoas gripadas a presídios e anuncia medidas para presos doentes

Restrição começa neste final de semana; PMs que trabalham nas ruas devem seguir só medidas básicas

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São Paulo

Todas as pessoas com sintomas de gripe ou suspeitas de estarem contaminadas pelo novo coronavírus serão impedidas de acessar os presídios paulistas, incluindo familiares dos detentos e detentas, a partir deste final de semana (dias 14 e 15 de março).

A medida restritiva, que não tem prazo para terminar, faz parte de um plano de contingência do governo de São Paulo que foi acionado para tentar evitar o contágio de uma população de quase 230 mil pessoas encarceradas no estado.

“A pessoa não vai poder acessar porque prevalece o interesse coletivo em detrimento do individual. Então, infelizmente, a gente não vai permitir”, disse o secretário da Administração Penitenciária, Nivaldo Revisto.

Não há nenhum caso suspeito nos presídios paulistas. A preocupação ocorre pela maior facilidade de propagação da doença na massa carcerária, já suscetíveis a doenças de peles e respiratórias, embora a maioria seja de pessoas com idade inferior a 50 anos.

Um dos motivos é a concentração de 230 mil presos em um espaço previsto para 150 mil.

Os funcionários do sistema, segundo o secretário, foram orientados a respeito dessas medidas de segurança e para ficarem atentos para visitantes que não apresentem sintomas da doença, mas que, de alguma forma, possam estar contaminados. “Esses são os casos mais difíceis.”

Os agentes estarão atentos, por exemplo, a pessoas que viajaram para locais com alto índice de contaminação, como norte da Itália, China e EUA.

De acordo com o plano de contingência, caso as medidas protetivas falhem e algum preso apresente sintomas suspeitas para a doença, ele será isolado na enfermaria da própria unidade prisional. Os colegas de cela dele ficaram confinados, mas na própria cela.

“Todos serão isolados. Esses não receberão visitas, não serão movimentados de cela, não sairão para banho de sol, até que seja confirmada a existência ou não do vírus neles.”

Ainda com relação a esses casos, os outros presos do pavilhão e do restante do presídio continuarão com a rotina normal, incluindo o recebimento de visitas. Isso só mudará se o vírus se espalhar para outras celas e houver um contágio maciço.

Os presos eventualmente contaminados só serão transferidos para hospitais nos casos mais graves. Há possibilidade de o governo paulista utilizar um presídio em Álvaro de Carvalho, região de Marília, que está pronto, mas ainda não foi inaugurado.

Essas medidas que serão adotadas em São Paulo foram discutidas na manhã desta quinta (12) em um encontro de representantes do sistema penitenciário de 23 unidades da federação.

Os estados que ainda não têm plano de contingência terão de montar o seu.

Quanto ao policiamento de rua, de acordo com a Polícia Militar, os homens estão sendo orientados para as medidas de prevenção comum a todos. Não há previsão de uso de máscaras hospitalares como ocorre com bombeiros e equipes de saúde.

Não há, por ora, nenhum PM com suspeitas de contaminação.

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