Descrição de chapéu Coronavírus

Vendidos no mercado ilegal, ventiladores pulmonares têm preço inflacionado

Equipamento é usado em casos graves de Covid-19; fabricante emitiu alerta sobre o assunto

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São Paulo

Ventiladores pulmonares, fundamentais para tratamento de casos graves de infecção pelo novo coronavírus, estão sendo vendidos usados no mercado ilegal e com preços inflados.

A venda ilegal dos aparelhos pode colocar em risco a vida da população, ao fazer circular ventiladores em situação imprópria, e também gerar falta de equipamentos em um momento crítico.

Ventiladores pulmonares anunciados em site; venda dos aparelhos recondicionados é controlada por lei; foto mostra uma série de aparelhos hospitalares reunidos lado a lado, são 18 quase idênticos, brancos, com uma telinha, e com fios amarelos enrolados sobre sua base, que tem rodas
Ventiladores pulmonares anunciados em site; venda dos aparelhos recondicionados é controlada por lei - Reprodução

Uma empresa fabricante emitiu nesta terça-feira (24) alerta sobre o problema, afirmando que revendedores se aproveitam da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2.​

Os respiradores pulmonares são equipamentos que, em meio a casos de insuficiência pulmonar, podem manter os pacientes vivos. Insuficiência respiratória é a principal causa de morte por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Há uma correria por este tipo de produto no setor, semelhante ao que acontece no varejo com potes de álcool em gel, por exemplo.

Em meio a essa situação, com vários anúncios suspeitos pipocando na internet, a fabricante sueca Getinge de ventiladores pulmonares emitiu um alerta sobre a venda ilegal que seus produtos.

Existe uma série de autorizações e protocolos necessários para vender esse tipo de aparelho recondicionado. Eventuais falhas em equipamentos do tipo podem gerar danos permanentes nos pacientes ou mesmo causar sua morte —em 2011, no Espírito Santo, por exemplo, um aparelho parou e o paciente que o utilizava morreu.

Na nota que divulgou nesta terça, a companhia sueca afirma que empresas "sem registro para operar no mercado nacional de saúde e sem certificado da Getinge têm se aproveitado das oportunidades geradas com a pandemia do coronavírus" para vender e alugar ventiladores usados da marca.

A empresa afirmou ainda que verificou a "comercialização irregular dos ventiladores mecânicos Maquet Servo, assim como suas peças e acessórios, em canais de venda online e nas redes sociais de terceiros sem vínculos com a Getinge".

A Folha encontrou diversos anúncios de ventiladores pulmonares na internet. Um deles ofertava cem unidades do modelo Maquet Servo S por cerca de R$ 120 mil cada uma. A reportagem apurou, no entanto, que os equipamentos novos desse tipo custam metade deste valor.

Em um anúncio, um possível comprador pergunta quais são as condições dos equipamentos, pois o valor apresentado é alto. Outra pessoa oferece aparelhos com preços entre R$ 10 mil e R$ 60 mil ao anunciante, que demonstra interesse em comprá-los.

Outro anúncio vendia produto similar por R$ 85 mil.

A Folha apurou que Anvisa foi notificada. A agência foi procurada, mas afirmou que só deve responder sobre o assunto nesta quarta-feira (25). Também procurada, a Getinge afirmou que somente na quarta responderia aos questionamentos adicionais apresentados pela reportagem.

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